Devido a crescente constatação dos efeitos negativos da agricultura empresarial e das grandes monoculturas sobre o meio ambiente e os ecossistemas naturais, considerando ainda a presença de resíduos de pesticidas no alimento produzido, muitos pesquisadores têm apontado a necessidade de se pensar modelos de produção agrícola com maior equilíbrio socioambiental. Os sistemas agroflorestais e a utilização de espécies nativas encontram-se no rol de possibilidades que apresentam maior resiliência ecológica e promotora de desenvolvimento sustentável, capaz de produzir alimentos saudáveis, gerar renda e prover serviços ambientais e ecossistêmicos. Este trabalho, por meio de estudos em sistemas agroflorestais plantados por agricultoras e agricultores familiares na região do município de Bragança Paulista (SP, Brasil), objetivou analisar a diversidade de espécies encontrada nos agroecossistemas. As espécies foram categorizadas conforme sua origem e função no sistema, sendo também calculados os índices de diversidade e dominância. Buscou-se relacionar os resultados encontrados à sustentabilidade, no sentido de se construir parâmetros que possam avaliar a prestação de serviços ambientais pelo agroecossistema. Foi encontrado maior predomínio de espécies alimentares, em preterimento das espécies adubadeiras, bem como um equilíbrio entre exóticas e nativas. Os agroecossistemas apresentaram boa diversidade, com baixo índice de dominância. Concluímos que a categorização das espécies possibilita melhor planejamento da área, pois facilita a visualização das funções ecológicas que o agroecossistema é capaz de produzir, e que somado aos índices de diversidade, auxiliam na construção de parâmetros para monitorar a sustentabilidade e resiliência ecológica da propriedade.