“…É necessário compreender que a América Latina representa um conglomerado de nações com uma importante característica em comum, a de terem seguido e mantido, em diferentes áreas, tradições das metrópoles, em função de sua colonização e do fato de ainda atuarem como se fossem colônias, sem a capacidade de definir e selecionar as melhores abordagens para seus territórios, principalmente em áreas como o direito, a sociedade, a política etc. Cada nação tem suas peculiaridades que devem ser valorizadas, porém, as experiências e saberes em muitos dos países latino-americanos foram inviabilizadas no âmbito acadêmico por anos, o que levou a um clamor popular pela consideração dessas especificidades e da necessidade de libertação dos conceitos da dominação dos colonizadores (FERRAZZO;LIXA, 2017 [...] surgindo então a discussão em torno de temas como pós-colonialismo e descolonização, dos quais decorrem categorias que se referem, em um primeiro momento, a uma atitude intelectual de reconhecimento do múltiplo e plural que constituem o conjunto da unidade histórica e política (semelhanças, experiências, frustrações e destino) da América Latina. Somando-se a estes novos estudos, na primeira década do século XXI, com governos progressistas, há um avanço em alguns países latinoamericanos no campo da democratização, das políticas sociais e da integração regional, o que veio a exigir novas respostas epistemológicas, sobretudo, no campo do direito (FERRAZZO; LIXA, 2017, p. 2631).…”