Burnout em professores universitários do ensino particular

Abstract

Resumo As investigações sobre a saúde de professores são um tema importante na literatura nacional e internacional. No Brasil há carência de estudos sobre Burnout em professores universitários da rede privada de ensino. Desse modo, o objetivo deste estudo é avaliar a influência das percepções de suporte organizacional e social no trabalho bem como variáveis sociodemográficas na ocorrência do Burnout nesse público. Os participantes foram 173 professores que responderam voluntariamente a questionários válidos e fidedignos em seu ambiente de trabalho. Os dados foram analisados utilizando estatística descrita e análise de regressão múltipla padrão. Os resultados indicaram sintomas da síndrome de Burnout nos professores assim como maior poder de predição de suporte organizacional na ocorrência da síndrome. Suporte social emocional, tempo de trabalho na instituição, idade e carga horária foram preditores, mas com menor destaque. Recomendam-se estudos em amostras de outras regiões do país bem como estudos longitudinais.

Saúde mental e condições de trabalho docente universitário na pandemia da COVID-19

“…Nesse sentido, enfatiza-se que as circunstâncias de vida, bem como as relacionadas às atividades laborais, são fundamentais para que se possibilite uma vida digna e saudável (Rosário et al, 2020); concluindo assim que salários indignos, diminuição de direitos trabalhistas e sistema econômico perpetuador e aprofundador de desigualdades econômicas estão entre os fatores que implicam em prejuízos à saúde humana (Rosário et al, 2020). Está bem descrito na literatura que elementos precarizantes de tal ordem levam a acometimentos no organismo humano, manifestando-se em enfermidades de várias naturezas, como àquelas que afetam o aparelho psíquico, como observado em docentes, que possuem alta prevalência de Síndrome de Burnout (SB) (Silva & Oliveira, 2020).…”

“…São inerentes à docência: a leitura, orientações, preenchimento de relatórios, de presença, de notas de alunos, trabalhos administrativos e burocráticos, emprego em instituições diferentes, participação em congressos, em pesquisas e em projetos de extensão. Outrossim, há grandes exigências por produtividade acadêmica acerca de publicações, ao mesmo tempo com que direitos são retirados, contratos cada vez mais frágeis e temporários, principalmente para os professores de universidades privadas (Silva & Oliveira, 2020), Adicionalmente, as professoras trabalham ainda mais; está descrito na literatura a relação de gênero, classe e raça como elementos envolvendo a opressão a minorias sociais, no âmbito de diversas ocupações (Souza, 2018, De Oliveira et al, 2019, Antunes, 2018 e na docência não é diferente; alguns estudos mostram que são maioria entre os docentes, ainda assim, sofrem discriminação em seus ambientes de trabalho e suas horas trabalhadas são acumuladas pelos compromissos maternos e afazeres domésticos (Saraiva et al, 2020, Sanchez et al, 2019. Desse modo, não é fortuito que se sintam bastante prejudicadas academicamente, quando na presença de filhos (Saraiva et al, 2020, Sanchez et al, 2019.…”

“…Com o propósito de se discorrerem sobre os transtornos mentais entre os professores universitários, abre-se com o pressuposto de que a docência é uma ocupação das mais estressantes (Silva & Oliveira, 2020), haja vista que enfrenta circunstâncias desafiadoras históricas e atuais, conforme observado na discussão anterior. Por conseguinte, não só a saúde física e mental, mas também o desempenho desses profissionais, sofrem prejuízos (A.…”

“…Porém, a adaptação docente tem se dado com dificuldade (A. , Eachempati & Ramnarayan, 2020; em primeiro lugar, a docência traz consigo inúmeros obstáculos que já impactam negativamente na saúde mental desses profissionais; em segundo lugar, nos últimos anos, as condições de trabalho dos professores universitários, que são diferentes entres as instituições públicas e as privadas (Silva & Oliveira, 2020), têm sido prejudicadas ainda mais, por conta das políticas de austeridade econômicas nacionais (Saraiva et al, 2020, Baptista et al, 2019 e reformas trabalhistas (Saraiva et al, 2020); em terceiro lugar, vale lembrar que, além das aulas ministradas, fazem-se pesquisas, projetos de extensão Research, Society and Development, v. 9, n. 9, e468997660, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7660 4 (Saraiva et al, 2020, serviços administrativos e burocráticos (A. , Silva & Oliveira, 2020 e, por fim, atualmente, acrescenta-se o fato de que precisam aprender não só a manusear os dispositivos tecnológicos digitais e a gravarem as aulas; como também se enquadrar às rotinas diárias dentro de seus domicílios, uma vez que o trabalho remoto, em sua grande maioria, é feito em homeoffice .…”

“…Por conta disso, tais mestres não conseguem cumprir satisfatoriamente com seus afazeres, levando-os ao sofrimento psíquico (Silva & Oliveira, 2020.…”