Envelhecimento: múltiplas idades na construção da idade profissional

Abstract

Resumo O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que merece maior atenção dos Estudos Organizacionais. Nessa área, o envelhecimento é abordado a partir da idade cronológica, a qual, no entanto, se mostra insuficiente para apreender o fenômeno. Portanto, este estudo tem como objetivo identificar como os profissionais que atuam em organizações públicas e privadas constroem a concepção de envelhecimento. Para isso, foram entrevistados 14 profissionais, com mais de 50 anos, que tiveram os dados coletados e analisados por meio da grounded theory, a partir do olhar da realidade como socialmente construída. A pesquisa permitiu constatar que os profissionais não se reconhecem em sua idade cronológica, mas a partir de atributos e comportamentos desempenhados no trabalho. Essa condição leva à contribuição deste artigo, ao identificar a construção da idade profissional como uma das múltiplas idades do ambiente organizacional. A idade profissional é categorizada em idade burocrática e idade empresarial, referindo-se, respectivamente, à construção do envelhecimento para funcionários de organizações públicas e privadas.

Inclusão E Diversidade Na Administração: Manifesta Para O Futuro-Presente

“…Pouco se discute, por exemplo, sobre os efeitos do envelhecimento na Administração (Cepellos, Silva, & Tonelli, 2019). E, mais ainda, o que é envelhecer em um contexto em que o tempo é considerado uma variável que deve ser controlada.…”

(In)Equality regimes in auditing

“…The excerpts above from two different women occupying the partner position show how the intersection between age and gender damaged both of them during their professional trajectories. Both interviewees stated that they had to prove themselves twice: because they were women and because they were young, which is an intersectional problem between age and gender (Jyrkinen & McKie, 2012;Cepellos et al, 2019). Lastly, we also found that class and race sustain the inequality regime in auditing firms, and there is an intersectional relation between them.…”

“…A feature that seems to be under-studied in the diversity discussion on accounting research is ageism. The discussion about ageism considers that aging, in an anthropological view, is a social and historical fact represented by the variability of how aging is conceived (Cepellos, Silva & Tonelli, 2019), and there is research that demonstrates that men and women experience aging in different ways in organizations and management (Itzin & Phillipson, 1995;Jyrkinen & McKie, 2012;Meliou, Mallett & Rosenberg, 2019). Considering this discussion, we found an intersectional prejudice regarding age and gender in the auditing firms.…”

Regimes de (des)igualdade na auditoria

“…Uma característica que parece ser pouco estudada na discussão da diversidade na pesquisa em contabilidade é o preconceito de idade. A discussão sobre o envelhecimento considera que o envelhecimento, do ponto de vista antropológico, é um fato social e histórico representado pela variabilidade de como o envelhecimento é concebido (Cepellos, Silva & Tonelli, 2019), e há pesquisas que demonstram que homens e mulheres vivenciam o envelhecimento de maneiras diferentes nas organizações e na gestão (Itzin & Phillipson, 1995;Jyrkinen & McKie, 2012;Meliou, Mallett & Rosenberg, 2019). Diante dessa discussão, encontramos um preconceito intersetorial quanto à idade e gênero nas firmas de auditoria.…”

“…Os trechos acima, de duas mulheres diferentes ocupando a posição de sócia, mostram como a intersecção entre idade e gênero prejudicou ambas ao longo de suas trajetórias profissionais. Ambas as entrevistadas afirmaram que tiveram que se provar duas vezes: por serem mulheres e por serem jovens, o que é um problema de intersecção entre idade e gênero (Jyrkinen & McKie, 2012;Cepellos et al, 2019). Por fim, constatamos também que classe e raça sustentam o regime de desigualdade nas firmas de auditoria e há uma relação intersetorial entre elas.…”