Novas tecnologias de intervenção na sexualidade: o panorama latino-americano

Abstract

Este artigo busca refletir sobre o desinteresse pela área que congrega estudos e intervenções clínicas sobre a sexualidade por parte dos estudiosos críticos da sexualidade como campo político na América Latina. Iniciamos com um panorama sobre as sexualidades e as políticas na América Latina e, em seguida, apresentamos um panorama histórico do campo da sexologia e da medicina sexual na região. Procuramos argumentar que considerar a medicalização da sexualidade apenas como uma forma da sua despolitização deixa de lado aspectos importantes do processo, em especial no que diz respeito à produção de novos sujeitos na esfera do consumo. Em nossas conclusões realizamos uma reflexão crítica acerca do crescente consumo de biotecnologias na esfera da sexualidade e das concepções que lhes são subjacentes, buscando ressaltar seu aspecto eminentemente político.

Consulte o seu médico: hormônios e medicalização da sexualidade

“…Porém, a presença dos hormônios no processo de medicalização da sexualidade só é iniciada no final do século XIX. Segundo Fabíola Rohden, Jane Russo e Alain Giami (2014), a história da medicalização da sexualidade não foi um processo linear, mas marcado por três grandes momentos caracterizados por rupturas: 1) sexologia clínica; 2) educação sexual; e 3) medicina sexual.…”

“…Os três modelos de medicalização da sexualidade continuam coexistindo, apesar da prevalência do modelo orgânico, e com isso uma maior cisão entre a perspectiva holística e a biologicista. O panorama atual se configura com a crescente prescrição de medicamentos, e isto favoreceu a aproximação entre a perspectiva da clínica tradicional e da educação sexual, que passam a utilizar cada vez mais a noção de "saúde sexual" para fazer referência à sua área de saber, em oposição à "medicina sexual" GIAMI, 2014).…”

“…O termo "saúde sexual" propõe uma abordagem política da sexualidade, incluindo neste campo os direitos sexuais e reprodutivos, como discutiremos adiante GIAMI, 2014). É importante salientar que o predomínio da orientação biomédica deixa de lado as questões sociais e políticas relativas à sexualidade, focando exclusivamente na resolução de problemas individuais por meio do uso de medicamentos.…”

La biomedicalización del riesgo sexual en América Latina en el siglo XXI

“…Su aparición mostró que la medicina sexual de nuestros días parte de una biologización del cuerpo humano y de una mirada individualizada y genitalizada de las prácticas sexuales, proclives a la intervención farmacéutica. Desde finales del siglo pasado, la biomedicalización de la sexualidad, aunque opera de manera estratificada, también afecta a personas que se asumen como heterosexuales (41). Veamos algunos matices de su aplicación en diversas intervenciones que se han realizado en la región para la prevención sexual del vih y del vph.…”

Narrativas sobre género y sexualidad en médicos mexicanos. Sus implicaciones sobre las regulaciones corporales, sexuales y reproductivas

“…Sus implicaciones sobre las regulaciones corporales, sexuales y reproductivas Introducción En las últimas décadas, desde el feminismo se ha evidenciado que la construcción social de los significados atribuidos al género y a la sexualidad son un componente central de la reproducción de las estructuras y desigualdades de género (MacKinnon, 1987:127;Vance, 1989:27). Estos significados juegan un papel igualmente central en la configuración de las regulaciones referidas a la sexualidad (Rohden, 2014:13) y al cuerpo de las mujeres (Monte, 2017:81;Buzzo & Velho, 2016: 53), lo que ha contribuido a definir el cuerpo de las mujeres como saturado de una sexualidad que es socialmente construida como inherentemente peligrosa y, por tanto, objeto privilegiado de control social (Vance, 1989:29;Ehrenreich & English, 1990:31;Lowe, 2005a:76;Smith-Oka, 2013:603). Estas regulaciones sobre la sexualidad y el cuerpo de las mujeres dan cuenta del grado en el que cada sociedad organiza la sexualidad, simbólica y prácticamente, según sistemas clasificatorios altamente generizados y heteronormativos, donde algunas formas y expresiones de la misma son valoradas/promovidas, y otras reprobadas/estigmatizadas.…”