Interações Discursivas E Práticas Epistêmicas Em Salas De Aula De Ciências

Abstract

This paper presents a discussion about the adoption of the epistemic practices concept in analysis of discursive interactions developed in science classrooms. We consider the results of two studies in which we analyze the actions of students groups throughout investigative activities, in order to verify the relation between epistemic practices developed by them and strategies articulated by the teacher conducting activities. The analysis counted with categories present in education's literature, as well as other categories developed while the research was conducted. The concept of epistemic practices, according to a sociocultural perspective of education, emphasizes the role of a community of any practice in deciding what can be considered relevant knowledge and appropriate ways to build it. Under this perscpective, the investigative activities developed by the analyzed student groups created space to a epistemic practice variety, distributed in production, communication and knowledge evaluation's social instances.

Abordagens comunicativas e movimentos epistêmicos em uma aula de química

“…Tais movimentos foram propostos por Silva (2015) a partir da adaptação dos movimentos epistêmicos de Lidar, Lundqvist e Östman (2005) e se referem às intervenções do professor em atividades da sala de aula que visem os questionamentos, as sugestões e as orientações significativas para o seu enriquecimento intelectual (SILVA, 2015, p.73) e cultural. Ambas as propostas destes autores sobre os movimentos epistêmicos foram utilizadas para interpretar aulas experimentais, mas ainda sim, a proposta deste trabalho é também ampliar seu uso de tais categorias para analisar uma aula expositiva de Química.…”

“…Quando alguns aspectos não são levantados pelos estudantes na Elaboração, e o professor percebe que para seguir em frente na construção dos significados ele precisa intervir, chama-se de Reelaboração, onde o professor instiga as explicações da turma por questionamentos ou breves afirmações, favorecendo um crescimento ou uma modificação intelectual. Nesse momento, o professor trabalha de uma forma que faz o aluno observar aspectos desconsiderados ou novas ideias que o aluno não considerou na etapa de Elaboração (SILVA, 2015;BORGES, SILVA, NASCIMENTO, 2014).…”

“…Durante as etapas do procedimento, muitas vezes cabe ao professor relembrar o que foi trabalhado e expor as ideias alcançadas pelos alunos, chama-se este movimento de Síntese. E finalmente, quando o professor busca compreender por meio de questionamentos as ideias construídas pelos alunos durante a atividade é denominado como movimento epistêmico de Compreensão (SILVA, 2015;BORGES, SILVA, NASCIMENTO, 2014), o que não será objeto de discussão neste trabalho. Qualquer uma desses movimentos pode ser correlacionado às quatro classes comunicativas de Mortimer e Scott (2002), o que também será objeto de reflexão deste texto.…”

“…Para Silva (2015), as respostas dos alunos aos questionamentos são necessárias para permitir ou negar as ações por eles planejadas num exercício de explicação ou de argumentação. Porém, o exercício da capacidade argumentativa e explicativa ficou comprometido nesta aula em função da incompletude ou ausência de respostas dos estudantes, o que pode comprometer inclusive as ações e atividades planejadas para o ensino ou requer mais uso de estratégias de improviso ou não esperadas no seu planejamento.…”

“…Tais ações dentro da esfera escolar são chamadas de movimentos epistêmicos, em que segundo Silva (2015), o professor através de seu discurso e enquanto par avançado é capaz de motivar os estudantes para se envolverem mais ativamente nas atividades de ensino propostas durante suas aulas e conduzi-los as novas compreensões que não incorram em uma má interpretação ou visões equivocadas sobre os conceitos.…”