"Tu Sabe? Te Lembra?": O Resguardo De Informações Em Interrogatórios Policiais Por Meio Da (Com)posição De Perguntas E Respostas

Abstract

<jats:p>Resumo Este artigo analisa sequências de perguntas e respostas em um evento institucional por elas permeado: o interrogatório policial. Investiga, pela perspectiva teórico-metodológica da Análise da Conversa Multimodal, como acontece o resguardo de informações acerca dos crimes em interrogatórios policiais de três Delegacias de Polícia Civil. A análise dos interrogatórios gravados em áudio e/ou vídeo evidencia que esse resguardo, além de ser realizado nas respostas dos interrogados acusados por crimes é, também, oportunizado pelos próprios policiais em suas perguntas. Os interrogados resguardam os fatos dos crimes ao resistirem ao provimento das informações solicitadas, fornecendo respostas cujas ações consistem em declarações de desconhecimento, deslembrança e dessaber, dentre outras. Já os policiais oportunizam esse resguardo ao realizarem perguntas que integram a seleção lexical de verbos como saber e lembrar, possibilitando - e até mesmo facilitando - que os interrogados respondam dessaber e/ou deslembrar a informação solicitada sem resistir ao formato da pergunta.</jats:p>

"Te:mos o serra cura::do, temos o ni:sa, temos o serpa do:p." Suggesting products to buy, shaping materiality and multisensoriality in shop encounters

“…with a specific linguistic form or construction-, but also a certain positioning and arrangement of the bodies and the joint attention of the co-participants, which are themselves emergent practical and situated accomplishments. Third, the issue for participants is not merely to describe referents, but to refer to the world within a specific activity and particular actions in which this reference is made relevant for all practical purposes: identifying persons at the beginning of a story about them (Ford & Fox, 1996), identifying a new feature in the soil while conducting an archeological excavation (Goodwin, 2000), pointing at a detail of the environment during a guided visit (De Stefani, 2010;Mondada, 2014), shaping information in relevant ways within police interrogations (Konrad & Ostermann, 2020), formulating reference adequately for institutional processes (Andrade & Ostermann, 2017;Monteiro, 2016). Fourth, when the activity involves meaningful and relevant objects and features in the local co-present ecology, like in a gourmet shop, practices for referring to them might include an embodied orientation towards their materiality: the issue is not just about identifying the referent, but engaging with the materiality of the objects in a way that supports the ongoing activity (Nevile et al, 2014), and this might include a sensorial engagement with them, looking at, touching, smelling, tasting them (Mondada, 2019b(Mondada, , 2021.…”

Introduction

“…In legal and police settings, CA studies in Brazil have focused on court hearings (Del Corona, 2009; Andrade & Ostermann, 2017), police interrogation (Andrade & Ostermann, 2007;Guimarães, 2007;Konrad & Ostermann, 2020), mediation (Gago, 2017), emergency calls (Del Corona, 2015;Del Corona & Ostermann, 2012), morality in police interactions (Almeida & Oliveira, 2016;Oliveira & Ron-Rén, 2017).…”