Manicômio Judiciário: é Possível ao Louco-Criminoso resistir?

Abstract

O artigo aborda a questão da resistência problematizada por Michel Foucault e analisa as condições de possibilidade, tanto do chamado louco-criminoso, internado em instituição psiquiátrica-penal, quanto do profissionalpsiem poder resistir ao instituído, àquilo que está posto e determinado. Para tal, ancoramo-nos no pensamento filosófico foucaultiano e na capacidade criativa do sujeito em inventar o cotidiano por meio de novasmaneiras de fazerque subvertem a ordem dominante, destacadas por Michel de Certeau. Nosso objetivo é apresentar a visão desses dois autores no que tange à questão da resistência e às estratégias em driblar a cronicidade do instituído e, assim, pensar sobre a atuação do operador de saúde no cotidiano de sua prática no interior das instituições totais.

Princípios de uma política alternativa aos manicômios judiciais

“…É comum haver imprecisão dos técnicos, familiares, pacientes e até da própria justiça sobre qual ato dirige a finalidade dos hospitais de custódia (Diniz; Brito, 2016). A princípio, essas instituições surgiram como alternativa aos manicômios judiciais, que, por terem se associado à psiquiatria segregacionista da metade dos anos 1950, demandaram uma roupagem diferente para aceitação social após escândalos de maus-tratos (Ibrahim;Vilhena, 2014).…”

The (un)preparation of the judiciary hospital for resocialization: violation of human rights

“…Should they not overcome and break with these postulates? 11,12 The The professional emphasized the commitment of the professionals so that the patients "recover". The absence of crises was understood as a fundamental point of recovery of the same, which in fact resulted from the institutional medicalization and subjection of the inmates, that is, the intervention that transforms people with some level of dangerousness into docile bodies.…”

Processos de Subjetivação em Arte e Saúde Mental em um Manicômio Judiciário

“…Neste artigo, apresentamos caminhos e efeitos de uma cartografia dos processos de subjetivação em arte e saúde mental a partir do relato de uma pesquisa-intervenção realizada em um Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, denominado Unidade Psiquiátrica de Custódia e Tratamento (UPCT), no qual pacientes presos de diversas cidades cumprem medida de segurança; não somente o "louco infrator" -sujeito considerado inimputável no momento em que entrara em conflito com a lei, incapaz de entender que estava cometendo uma infração, conforme o Decreto-Lei nº 7.209 de 11 de Julho de 1984 do Código Penal Brasileiro (Ibrahim & Vilhena, 2014;Santos, Farias, & Pinto, 2015), -mas também presos que acabam se tornando pacientes.…”