Educação em Saúde em Grupo no Tratamento de Obesos Grau III: um Desafio para os Profissionais de Saúde

Abstract

RESUMO A obesidade tem se apresentado como sério problema de saúde pública mundial devido à magnitude que seus números alcançaram nos últimos anos. Diante do quadro de aumento do sobrepeso e obesidade no município do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMSRJ), com o apoio técnico do Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD), implementou em julho de 2011 o primeiro Centro de Referência em Obesidade (CRO) no bairro de Acari. Este serviço oferece tratamento clínico ambulatorial para usuários com obesidade grau III (também conhecida como obesidade mórbida), com consultas individuais, assim como atendimentos em grupo, e também funciona como apoio especializado, contribuindo para ampliação da capacidade de atuação das equipes da Atenção Primária à Saúde (APS) com esse perfil de usuários através de uma equipe multiprofissional composta por educador físico, enfermeiro, médico endocrinologista, nutricionista e psicólogo. Neste contexto, a partir das experiências vivenciadas no CRO o objetivo do estudo é realizar uma revisão da literatura sobre a importância das atividades de educação em saúde em grupo no tratamento de indivíduos obesos grau III e como os profissionais de saúde tem lidado com esse tema nas publicações dos últimos 5 anos. Metodologia Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de acordo com a estratégia PICO (participantes, intervenção, contexto e resultados), cuja coleta dos dados foi realizada entre outubro e novembro de 2018, nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Web of science, SciVerse Scopus, PUBMED e Bases de Dados em Enfermagem (BDENF). Resultados A partir da análise dos 11 artigos selecionados no estudo foi possível identificar três temáticas relevantes para a discussão: Rede de apoio aos usuários em tratamento, A Atenção primária à saúde e atividades em grupo no tratamento de obesos grau III, implementação de serviços especializados e qualificados no atendimento desse público. Conclusão As evidências mostram que a função da equipe de saúde em relação ao cuidado desse perfil de usuários vai além de orientações e informações e que o desenvolvimento e a implementação de serviços e/ou tratamentos voltados para obesos grau III constituem desafios significativos, e necessitam de profissionais qualificados na configuração de equipe multidisciplinar atuando de forma interdisciplinar que conscientizem o usuário a assumir o protagonismo de seu tratamento. E para isso, as atividades educativas em saúde em grupo, são ferramentas importantes para promoção de autonomia e compartilhamentos de experiências na busca por qualidade de vida relacionada à saúde.

Um olhar para as experiências de Alimentação e Nutrição do Prêmio APS Forte

“…Contudo, a capacidade de fornecer intervenções com intensidade suficiente é uma importante précondição para alcançar este objetivo, requerendo-se que os profissionais que atuam nesse nível de atenção se sintam aptos a fornecer intervenções de maior duração e frequência (Dennis et al, 2012(Dennis et al, ) et al, 2012. Por ser a porta de entrada dos usuários no serviço, a APS tem suma importância na identificação dos indivíduos com obesidade, bem como, no auxílio do início do tratamento, procedendo os encaminhamentos necessários e mantendo a longitudinalidade no cuidado com os demais serviços da rede (Soeiro et al, 2019) A realização de grupos de educação em saúde realizados por profissionais da APS tem demonstrado resultados positivos sobre comportamentos alimentares de adultos, sendo capaz de promover melhorias significativas no aumento do consumo diário de frutas, vegetais, pão rico em fibras e peixe (Mitchell et al, 2017). Os grupos para indivíduos com obesidade, quando acontecem com a frequência necessária, contribuem para a perda de peso gradativa, redução da circunferência abdominal e melhoria de hábitos saudáveis (Doria, 2013;Soeiro et al, 2019).…”

“…Por ser a porta de entrada dos usuários no serviço, a APS tem suma importância na identificação dos indivíduos com obesidade, bem como, no auxílio do início do tratamento, procedendo os encaminhamentos necessários e mantendo a longitudinalidade no cuidado com os demais serviços da rede (Soeiro et al, 2019) A realização de grupos de educação em saúde realizados por profissionais da APS tem demonstrado resultados positivos sobre comportamentos alimentares de adultos, sendo capaz de promover melhorias significativas no aumento do consumo diário de frutas, vegetais, pão rico em fibras e peixe (Mitchell et al, 2017). Os grupos para indivíduos com obesidade, quando acontecem com a frequência necessária, contribuem para a perda de peso gradativa, redução da circunferência abdominal e melhoria de hábitos saudáveis (Doria, 2013;Soeiro et al, 2019). Além disso, mostram-se eficazes por permitir uma maior interação social e apoio mútuo entre os participantes, promovendo maior adesão ao processo de emagrecimento e fortalecimento de vínculo com a equipe de saúde (Doria, 2013).…”

Experiências de cuidado recebido por pessoas idosas com obesidade no âmbito da Unidade Básica de Saúde

“…Adicionalmente, para aqueles que convivem com a obesidade, essa modalidade assistencial possibilita o fortalecimento e ampliação das redes de cuidados, a troca de vivências cotidianas, a construção coletiva de estratégias de enfrentamento e de apoio, inclusive na perda de peso (McVay et al, 2018). Existem recomendações para que esses grupos tenham caráter homogêneo, composto por pessoas que vivenciam a mesma condição crônica (obesidade), para que sejam acentuadas as possibilidades de compartilhamento de experiências, sentimentos, ansiedades e medos (Soeiro et al, 2019).…”

“…Para os municípios que contam com a equipe do Nasf-AB, é previsto que esta auxilie na realização de atividades de educação permanente (Vendruscolo et al, 2020). Nessa atividade de aprendizagem no trabalho, deve-se estimular o desenvolvimento de habilidades interpessoais para que o profissional assuma uma postura de incentivador e apoiador (Soeiro et al, 2019), corresponsabilizando-se pelo cuidado da pessoa idosa com obesidade.…”

Efeitos do eugenol na microbiota intestinal e no metabolismo de glicose e lipídios de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica

“…Assim, considera-se um indivíduo obeso quando o mesmo apresenta IMC igual ou acima de 30 kg/m², e ainda pode ser classificado em obeso grau I, II ou III conforme os valores de IMC. 5 Devido à proporção que a obesidade tem alcançado nos últimos anos, essa doença constitui um grave problema de saúde pública a nível mundial, o que também representa um fator de risco importante para o surgimento de outras DCNT, 6 tais como doenças cardiovasculares, arteriais, diabetes mellitus, 7 câncer, hipertensão arterial 8,9 doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias, entre outras. 10 O excesso da ingestão energética associado ao estilo de vida sedentário são os principais fatores que levam ao aumento da incidência de obesidade, e consequentemente, maior risco para o desenvolvimento de resistência à insulina (RI).…”