O presente artigo parte de uma série de notícias, reportagens e materiais etnográficos retirados da minha pesquisa de tese para apontar e refletir, a partir de uma mirada antropológica, a existência de um jogo marcial de ataques e resistências no campo da educação, em que a questão dos valores, ideologias e formas de representação social da diversidade se chocam dentro da conjuntura político-social atual. Esses conflitos são tomados enquanto campos de batalha assimétricos e vistos por um conceito de Guerra cultural. Minorias políticas, de gênero, raça, classe e diferentes atores sociais marginalizados e estigmatizados se colocam no frame de resistências simbólicas-materiais frente às práticas conservadores do Estado brasileiro na contemporaneidade. Tal processo instrumentaliza a diversidade não apenas de maneira conceitual-descritiva, mas como produto performático de poder e rebeldia. A diversidade, nesse sentido, se apresenta por perspectivas e escalas conflitantes: instrumento de pânico moral, pauta progressista, modo de construção de identidades sociais, critério de autopromoção política, chave de debates pedagógicos.