A disforia de gênero como síndrome cultural norte-americana

Abstract

Resumo: O diagnóstico “disforia de gênero”, proposto pela quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), é apresentado como uma “síndrome cultural” norte-americana, ilustrando a tendência expansionista da American Psychiatric Association (APA) em arregimentar as experiências de trânsito de gênero que escapem à matriz de inteligibilidade centrada em torno do masculino/feminino. A esse diagnóstico, forjado pelo pensamento binário estadunidense, nos moldes da chamada disease mongering, opõe-se a experiência da travesti brasileira como alteridade radical para com a matriz de inteligibilidade de gênero instituída.

Revisão da literatura: estudos sobre pessoas transgêneros e masculinidades no Brasil

“…Um segundo artigo é uma publicação da Revista Estudos Feministas (Henriques & Leite, 2019), uma publicação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina, cujo objetivo é divulgar a produção de conhecimento no campo dos estudos feministas e de gênero, para dar subsídios aos debates teóricos nessa área, bem como instrumentos analíticos que possam contribuir às práticas dos movimentos de mulheres.…”

Internações por transtornos mentais e comportamentais em Minas Gerais

“…O CID-10 é o sistema de classificação oficial europeu, sendo o adotado pelo Sistema Único de Saúde por classificar todas as doenças estão classificadas as doenças mentais e comportamentais (F00-F99).O DSM-5, elaborado pela Associação de Psiquiatria Americana, abrange somente os transtornos mentais e é muito usado em pesquisas por possuir uma classificação mais detalhada (Sadock, 2016). Desde a terceira edição de 1980 até a versão atual, o DSM embasa em um modelo categorial, estático, sendo o normal e o patológico determinados de modo binário por critérios qualitativos de inclusão e exclusão a categorias nosológicas predeterminadas (Henriques, 2019).…”