2019
DOI: 10.1590/1806-9584-2019v27n152253
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Imagens de violência de gênero em telenovelas brasileiras

Abstract: Resumo: O presente artigo investiga o modo como é retratada a violência perpetrada contra as vilãs de telenovelas brasileiras, por seus pais, maridos e amantes. Questiona se as cenas nas quais essas mulheres são agredidas estão inseridas em um contexto no qual tal violência é declarada e questionada, ou se elas aparecem destituídas de qualquer indagação sobre o fato de se representar um homem batendo em uma mulher. Foram selecionadas nove novelas para análise, exibidas entre os anos 2000 a 2017, sendo todas “n… Show more

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“…Além disso, há, atualmente, a reprodução de cenas em que mulheres são tratadas de forma desrespeitosa, humilhante e agressiva como forma de punição, e, geralmente, são mostradas para o público como vilãs, merecedoras desse tipo de tratamento. Dessa forma, o pensamento de que é correto esse tipo de correção agressiva é passado para o público, neutralizando situações de violência, que vão da tela para o ambiente familiar (CAMINHAS, 2019). Portanto, formas de violência são normalizadas ao longo do tempo, sendo remodeladas conforme as relações são vivenciadas, idealizando um significado do que é masculino e feminino, e, assim, neutralizando a violência do agressor (NÓBREGA et al, 2019).…”
Section: Resultsunclassified
“…Além disso, há, atualmente, a reprodução de cenas em que mulheres são tratadas de forma desrespeitosa, humilhante e agressiva como forma de punição, e, geralmente, são mostradas para o público como vilãs, merecedoras desse tipo de tratamento. Dessa forma, o pensamento de que é correto esse tipo de correção agressiva é passado para o público, neutralizando situações de violência, que vão da tela para o ambiente familiar (CAMINHAS, 2019). Portanto, formas de violência são normalizadas ao longo do tempo, sendo remodeladas conforme as relações são vivenciadas, idealizando um significado do que é masculino e feminino, e, assim, neutralizando a violência do agressor (NÓBREGA et al, 2019).…”
Section: Resultsunclassified
“…De outro prisma, existe um padrão recorrente em novelas nacionais de retratarem mulheres sendo agredidas constantemente por homens de sua convivência, sem que essas ocorrências sejam interpretadas como violações: as tramas que envolvem vilãs (Caminhas, 2018(Caminhas, , 2019 Vida (2006), Alex (Marcos Caruso) enforca, ameaça e estapeia sua esposa Marta (Lilia Cabral); Carminha (Adriana Esteves) apanha de seu marido Tufão (Murilo Benício) e toma uma surra de seu amante Max (Marcello Novaes) em Avenida Brasil (2012); em Salve Jorge (2012), o oficial do exército Théo (Rodrigo Lombardi) esgana e ameaça Lívia Marine (Cláudia Raia); José Alfredo (Alexandre Nero) sufoca Cora (Drica Moraes) em Império (2014); em Babilônia (2015) é Otávio (Herson Capri) que mantém Beatriz (Glória Pires) em cárcere privado mediante coação e chantagem; em A Lei do Amor (2016), Magnólia (Vera Holtz) é estapeada por seu marido Fausto (Tarcísio Meira) e leva um soco na face de seu amante Tião ( José Mayer).…”
Section: Violência De Gênero: Do Contexto Nacional àS Telenovelasunclassified
“…Entretanto, mesmo diante dessa conjuntura alarmante, os avanços legislativos, jurídicos e socioculturais convivem com a constante relativização e naturalização do sofrimento de mulheres, como retrata pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) "Tolerância Social à Violência Contra as Mulheres" de 2014 (discutida mais adiante). E isso se reflete no conjunto de dezesseis novelas de horário nobre exibidas nos últimos dezenove anos que retrataram personagens femininas sendo agredidas pelas masculinas sem que essas ocorrências fossem interpretadas como formas de violência (Caminhas, 2019).…”
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“…Uma manifestação aparente que demonstra que há elementos determinantes das desigualdades de condições para o livre desenvolvimento humano é a relação social existente entre mulheres e homens. As desigualdades de condições são vivenciadas na imediaticidade e particularidade da vida e são expressas no cinema e nas telenovelas (Macedo, 2016;Caminhas, 2019), nas pesquisas salariais, nos relatórios e nos seus números de feminicídios (UN Women, 2020). Essas expressões são indicativos de que, a despeito de todas as reivindicações realizadas pelos mais diversos movimentos de mulheres -ou feministas -, ainda reproduzimos condições reais de opressão e violência contra a mulher.…”
Section: Introductionunclassified