O Sujeito na Epistemologia Lacaniana e sua Implicação para os Estudos Organizacionais

Abstract

Resumo: Este artigo discute a problemática do sujeito no âmbito do movimento pós-estruturalista, sobretudo na epistemologia lacaniana, e seu rompimento com a visão tradicional do sujeito na modernidade, refletindo sobre sua influência nas teorias organizacionais. O sujeito moderno é o sujeito do cogito cartesiano, pleno e autoconsciente. Os apontamentos de Nietzsche e, sobretudo, de Lacan desconstroem os traços essencialistas do sujeito cartesiano para pôr em seu lugar um sujeito que se constitui na e pela linguagem. Essa qualidade ontológica do ser não permite seu fechamento em uma identidade fixa. Em Lacan, o sujeito é sempre falta-a-ser, que se move de identificação em identificação, em uma contingência necessária e estruturante.

Tendências Pedagógicas E Artes: O Sujeito, O Lúdico E a Práxis Do Ensino Na Educação Básica

“…Portanto, muitos dos termos que Lacan usou para desenvolver sua teoria disciplinar vieram das descobertas de Freud, como "subconsciente", "desejo" e "disciplinaridade". Outros termos, como "deficiência constitutiva" e "objeto a", "a causa do desejo do objeto" e "o produto remanescente da operação de divisão do sujeito" são os excelentes termos de Lacan (PAES, DELLAGNELO, 2015).…”

“…Lacan (1998) passou a usar estruturas de linguagem para expressar o subconsciente no chamado discurso romano. Tornou-se realidade por meio de um encontro com Levi Strauss, que o apresentou à linguística estrutural de Roman Jacobson e Saussure (PAES, DELLAGNELO, 2015).…”

Em Defesa Da Consideração Do Corpo Erógeno Nos Estudos Organizacionais

“…Por um lado, conforme indicamos, essa perspectiva em geral mostrou-se presente nos Estudos Organizacionais. Para não ficarmos apenas com os estudos clássicos arrolados anteriormente, deve-se ressaltar que a interlocução com a psicanálise continua se fazendo, abordando concepções para além das clássicas freudianas, como as de Lacan (Paes & Dellagnelo, 2015) e as dos frankfurtianos (Paula, 2013), e aspectos mais específicos das organizações à luz da teoria psicanalítica, como o da liderança (Godoi, Cargnin, & Uchôa, 2017). Essa interlocução recente, por outro lado, continua carecendo da retomada da abordagem psicanalítica do corpo.…”

In Defense of a Complex Notion of Subject in Organizational Studies

“…This may explain why the field of organizational studies, following Ramos, Tragtenberg, and Motta, has sought to maintain the interdisciplinary dialogue as well as the commitment to the pragmatism of management practices, as can be seen more recently in the debates on HRA. It is worth mentioning the contributions of authors such as Peci (2003), Godoi (2005), Faria and Meneghetti (2007), Faria & Schmitt (2007), Souza, Machado and Bianco (2008), Paes de Paula and Maranhão (2009), Carrieri et al (2010), Mozzato and Grzybovski (2013), Souza, Souza and Silva (2013), Paes and Dellagnelo (2015) and Souza (2017), among other scholars of the Brazilian organizational studies, as a way of encompassing the complexity of the human attribute in organizational practices, and attributing greater complexity, systematization, and scientificity to administrative practices. This essay pursues the same goal: to establish a dialogue with other fields of knowledge to maintain rigor in analyzing socio-organizational dynamics, considering subjects and their expressions as an inherent and inseparable part.…”