Este artigo visa discutir os impactos das exigências dos cursos de pós-graduação sobre a Qualidade de Vida (QV) de alunos, inferir possíveis impactos e sugestões de encaminhamentos. Trata-se de um excerto de uma investigação que teve como foco a formação de docentes para o ensino superior, sob diferentes ângulos, abordando resultados numa perspectiva qualiquantitativa. Teve como participantes uma amostra (27,12% do universo) de alunos ingressantes num programa de pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática, referência na área. Os dados foram constituídos no final de 2019 a partir da aplicação de questionário WHOQOL-BREF, validado pela Organização Mundial da Saúde, e análise de notas de campo constituídas durante uma disciplina ofertada pelo programa. Verificou-se que a QV dos entrevistados pode ser considerada mediana: próxima a 60 pontos (1 a 100), sendo os indicadores dos homens menores que os das mulheres; a maioria dos entrevistados sentia dor e desconforto, fazendo uso de medicamentos; apresentava dificuldades na realização de atividades cotidianas; o produtivismo, o fator tempo, dentre outros, fazem parte dos elementos estressores. Defende-se que os programas/universidades devam propor movimentos articulados junto às agências reguladoras, visando melhoria dos instrumentos e critérios avaliativos, além de atividades de acolhimento, buscando acompanhar os alunos e minimizar os fatores estressores no ambiente acadêmico.