Word Teaching Strategies in Story Reading for Preschool Children

Abstract

Shared book reading (SBR) as a teaching practice produces significant effects on development of verbal repertoires in children, especially when associated with strategies of explicit vocabulary teaching. This study aimed to test the cumulative effects of using word teaching strategies, during SBR sessions, on word learning by preschool children. Three sessions of SBR of the same story and a session of complementary activity about the words of the story read were carried out in a class of 13 children aged 4 to 5 years. It was identified significant children’s gains, between pre and post-test, in matching-to-sample tasks for nouns and in naming tasks, both for nouns and for verbs. The results confirm the effectiveness of using word teaching strategies during SBR and their feasibility in the natural classroom context.

Engajamento e Participação Verbal de Crianças Pré-Escolares durante Leitura Compartilhada de Histórias

“…Pode-se entender esse resultado considerando duas variáveis. A estratégia de destacar palavras durante a leitura promove apenas oportunidades incidentais de aprendizagem de vocabulário, sem estabelecer explicitamente nenhuma relação entre as palavras-alvo e quaisquer outros estímulos presentes na situação, como as figuras do livro, por exemplo (Miranda et al, 2020). Ao menos aparentemente, apenas mudar a entonação da voz durante a leitura das palavras, associado à repetição destas, pareceu favorecer pouco a participação verbal das crianças.…”

“…A utilização de mais de uma estratégia extratextual durante uma mesma sessão é algo comum em outros estudos, que frequentemente analisam os efeitos de intervenções compostas por várias estratégias de LCH (Al-Darayseh, 2014;Hassinger-Das et al, 2016;Lever & Sénechal, 2011;Pollard-Durodola et al, 2011;Sim & Berthelsen, 2014). Os resultados obtidos aqui e em outros estudos indicam que diferentes estratégias têm características e estabelecem contingências que se complementam e podem potencializar a aprendizagem (ou, pelo menos, uma maior participação verbal) quando usadas em conjunto (Miranda et al, 2020). Por exemplo, quando se explica o significado da palavra, pode-se estar contribuindo para a aprendizagem de vocabulário receptivo, enquanto ao iniciar conversas, pode-se promover a aprendizagem de vocabulário expressivo.…”

“…Este estudo é uma análise adicional dos dados da pesquisa "Estratégias de ensino de palavras em leitura de história para crianças pré-escolares" (Miranda et al, 2020), cujo objetivo era medir a aprendizagem de 20 palavras-alvo de crianças pré-escolares a partir da leitura repetida de uma mesma história, com o uso de diferentes estratégias extratextuais. Na pesquisa, realizaram-se três sessões de LCH e uma sessão de atividade complementar, nas quais o livro Os voos de Thiago (Waechter, 2016) foi lido para um grupo de crianças em idade pré-escolar, dentro de sua própria classe.…”

“…Condições que interferem no desenvolvimento da linguagem, como vocabulário restrito, são um dos problemas mais comuns no desenvolvimento, principalmente para crianças de baixo nível socioeconômico (Leffel & Suskind, 2013). Uma maneira importante de mitigar essas dificuldades é prover arranjos de contingências de ensino que possam fornecer às crianças um ambiente que permita o desenvolvimento de repertórios verbais complexos, principalmente para as crianças em situação de desvantagem socioeconômica (Miranda et al, 2020). Esses arranjos incluem desde condições ambientais e materiais (acesso a livros infantis), até estratégias de interação entre professor e crianças e da interação delas entre si (leitura de histórias, rodas de conversa, responsividade às falas das crianças, estratégias de expansão de vocabulário delas, entre muitas outras).…”

“…Ademais, grande parte do que é aprendido incidentalmente mantém-se por pouco tempo (Teng, 2016), o que faz com que, apesar de a exposição incidental à linguagem durante a LCH trazer ganhos no vocabulário das crianças, a manutenção de tais ganhos depende de outras condições que os adultos (na escola e fora dela) podem estabelecer. Os efeitos da LCH na ampliação do repertório verbal de crianças podem ser potencializados quando o professor organiza contingências de ensino para o ensino explícito de vocabulário ao longo da leitura/narração da história (Miranda et al, 2020) e quando as palavras são ensinadas de forma planejada (Al-Darayseh, 2014). Dentro dessa lógica, várias estratégias podem ser usadas durante a LCH, chamadas, em geral, de estratégias extratextuais (Blewitt & Langan, 2016), como destacar a palavra a ser ensinada, modificando a entonação de voz e enfatizando as palavras-alvo durante a leitura da história (e.g., Lever & Sénechal, 2011) (Fleury et al, 2014;Reich et al, 2019).…”