Estigma relacionado ao HIV entre jovens em transição para a clínica de adultos num hospital público no Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Resumo Neste estudo investigamos como vivências de estigma do HIV se expressam entre jovens soropositivos, em transição para a clínica de adultos, no serviço de saúde, na família e nas interações afetivos-sexuais e sua relação com as desigualdades e hierarquias sociais. O estudo envolveu 31 jovens (idade mediana 21) em transição para a clínica de adultos (G1) e 12 jovens (idade mediana 30) que já fizeram essa transição (G2), ambos atendidos num serviço de saúde do Rio de Janeiro. Dentre os 43 jovens, 70% eram mulheres e 65% foi infectado por transmissão vertical. Os jovens responderam a questionários e participaram de grupos focais sobre estigma da aids e passagem para a vida adulta. A maioria relatou situações de discriminação associadas ao estigma do HIV na vida cotidiana e no cuidado em saúde. Os jovens do G1 revelaram maior preocupação com as consequências da revelação do HIV e dificuldades com o tratamento. Os relatos do G2 sugerem que a constituição de relações conjugais, incluindo parceiro/a e filhos soronegativos e o acesso ao tratamento, possibilitaram resignificar o receio da estigmatização. Os achados visam orientar a formação e ação de profissionais envolvidos na prevenção e cuidado de jovens vivendo com HIV.

The Negative Impact of Stigma Perceived by Men Who Have Sex with Men (MSM): An Integrative Review

“…Stigmatization due to HIV/AIDS can lead to serious mental health problems, which can compromise achievements in the area of prevention and care, highlighting the complexity of discriminatory processes, such as homophobia, sexism, social inequalities and structural violence (Cruz et al, 2021).…”

Repercussões do diagnóstico do Vírus da Imunodeficiência Humana e perspectivas acerca do tratamento

“…A infecção pelo HIV é considerada um fator desencadeante para o aparecimento de desordens psiquiátricas ou a exacerbação de condições pré-existentes, como os sintomas depressivos. Pessoas que vivem com HIV possuem maior suscetibilidade à depressão por diferentes mecanismos: efeito direto da infecção; efeitos adversos da terapia antirretroviral; desafios sociocomportamentais que advêm com o diagnóstico, como o estigma, a discriminação e o medo da morte (1)(2)(3) .…”

“…A despeito do amparo jurídico e da ampliação do cuidado no Brasil, essa população é alvo de estigmas e repercussões advindas de seu diagnóstico (2,3) . Isso pode ser percebido quando são veiculadas ideias errôneas sobre as formas de transmissão do vírus, sobre comportamentos considerados de risco e os estereótipos relacionados às pessoas com HIV ("doentes", "contagiosas" ou "irresponsáveis") (4) .…”

Sexualidade e vivência com o HIV/Aids: uma revisão integrativa

“…A origem da infecção foi relacionada com práticas sexuais moralmente desviantes. Isto, por sua vez, gerou um pânico moral e aumentou a discriminação e a exclusão social, o que dificultou a acessibilidade ao cuidado (Cruz et al, 2021). Os primeiros diagnósticos aconteceram em indivíduos homossexuais, passando para usuários de drogas injetáveis, bissexuais e, posteriormente, heterossexuais.…”

“…Após 40 anos, houve avanços no campo da biomédico, políticos e de direitos da pessoa que vive com HIV/aids, porém estes ganhos em várias áreas não conseguiram eliminar os efeitos do estigma que ainda persistem e interferem no cuidado em saúde (Cruz et al, 2021).…”