Dor de dentes e fatores associados entre adolescentes de um município de grande porte populacional no Nordeste brasileiro

Abstract

Resumo O objetivo deste estudo foi descrever e analisar o histórico de dor de dente e seus fatores associados, entre adolescentes de escolas públicas de um município do Nordeste do Brasil. Realizou-se uma pesquisa observacional, descritiva, quantitativa e transversal, através da aplicação de quatro questionários junto a 458 adolescentes. Pela análise bivariada, a prevalência de dor de dente na vida foi alta entre os adolescentes de menor idade (76,9%; p = 0,004), que visitaram o Cirurgião-Dentista alguma vez (74,8%; p = 0,001) e que relataram medo frente ao atendimento odontológico (74,9%; p = 0,006). Todavia, nos últimos 6 meses, a prevalência de dor de dente foi baixa, na qual os adolescentes do sexo masculino (77,4%; p < 0,001) e de maior idade (73,1%; p = 0,031) relataram justamente não terem sentido dor. Quando da análise multivariada, a maior prevalência de dor de dente na vida se manteve entre os adolescentes de menor idade (76,9%; p = 0,003) e que relataram medo (74,9%; p = 0,006). A prevalência de dor de dente nos últimos 6 meses se manteve baixa na análise multivariada, entre os adolescentes do sexo masculino e de maior idade. Conclui-se que a prevalência de dor de dente na vida foi maior do que nos últimos 6 meses, havendo associação significativa com os fatores: sexo, idade, visita ao Cirurgião-Dentista e sensação de medo.

A adequação do meio bucal para o controle da cárie dental em adolescentes

“…A literatura relata que as boas práticas de cuidados bucais têm influência direta nas doenças de maior prevalência que acometem a cavidade bucal (BARBOSA et al, 2019;RODRIGUES, 2019;MASSONI et al, 2020). Por isto, as palestras ministradas visavam além de informar os adolescentes, também motivá-los para realizar hábitos dietéticos saudáveis; higiene bucal adequada; causas do mal hálito; a importância da visita ao dentista; motivação para o tratamento odontológico; traumatismo dentário (como prevenir e quais atitudes emergenciais tomar); procedimentos odontológicos cosméticos (clareamento); adereços corporais embelezadores (os riscos e cuidados com a saúde quando colocados); diagnóstico precoce do câncer e outros temas relacionados com a saúde geral de interesse dos adolescentes (doenças sexualmente transmissível com manifestações bucais, doenças transmissível pelo beijo, entre outros temas).…”

“…al., 2011;SOARES;SANTOS;LIMA, 2019). Estudos também demonstram a existência de uma relação muito forte entre medo/ansiedade em relação ao tratamento odontológico e fuga à consulta odontológica, sendo bastante desafiadora as necessidades de tratamento em adolescentes, visto que indivíduos temerosos têm pobre saúde bucal (BARBOSA et al, 2019;RODRIGUES, 2019;MASSONI et al, 2020).…”

“…Consequentemente, o medo/ ansiedade e a fuga ao tratamento odontológico se exacerbam, estabelecendo-se, assim, um ciclo restaurador repetitivo (MASSONI et al, 2020).…”

Processo de adesão do adolescente à assistência odontológica na atenção primária, sob a perspectiva de seus familiares

“…Multifocal -[...] isso,ela não gostava de ir, né, no dentista,que ela tinha medo,não gostava de ir nos atendimentos odontológicos Objetiva -[...] ah... eu acho que mais foi esses motivo mesmo, sabe, ela panhou trauma foi desdaí...que eu levei ela, que ela não quis ir mais né, Massoni et al, (2020) corrobora com os relatos desta categoria, ao relacionar a dor de dente e atendimento odontológico, fazendo uma associação entre as sensações de medo e ansiedade, e afirma que estas são capazes de tornar os adolescentes menos propensos a procurar o serviço odontológico. Um achado encontrado por Sarmento (Manfredini & Narvai, 2018) complementa que adolescentes com melhores condições econômicas apresentam menor percentual de ansiedade.…”

Atuação do cirurgião-dentista no atendimento à adolescentes no Brasil

“…Os textos foram organizados em uma classificação dos eixos temáticos abordados pelos estudos nos adolescentes brasileiros. 50% (n=11) dos artigos destacavam necessidade de acesso aos serviços de saúde bucal (da Fonseca et al, 2017;Dutra et al, 2019;Dutra, 2020;Ely et al, 2016;Emerich et al, 2015;Fontanini et al, 2015;Pilecco et al, 2020;Silveira et al, 2015;Vazquez Fde et al, 2015;Veiga da Silva Siqueira et al, 2019); 36% (n= 8) evidenciaram a prevalência e necessidades de cuidados com a saúde bucal (Aguiar et al, 2014;Assaf et al, 2014;Bendo et al, 2012;Cunha & Pereira, 2019;Mail et al, 2015;Massoni et al, 2020;Mauricio Hde & Moreira Rda, 2014) e 17% (n=4) dos estudos selecionados destacaram os conhecimentos e atitudes dos adolescentes em relação as condições de saúde bucal (Dutra et al, 2019;Fonseca et al, 2014;Garcia et al, 2010;Marín et al, 2016).…”