Satisfação com a imagem corporal e bem-estar subjetivo entre adolescentes escolares do ensino fundamental da rede pública estadual de Canoas/RS, Brasil

Abstract

Resumo Na adolescência, o bem-estar subjetivo está atrelado à imagem corporal. A pesquisa objetivou estudar o perfil de bem-estar entre adolescentes escolares satisfeitos e insatisfeitos com a imagem corporal. Estudo observacional, de base escolar, analítico e transversal. A amostra foi de 1.460 alunos do nono ano do ensino fundamental da rede estadual de Canoas/RS. Os instrumentos foram: questionário de dados sociodemográficos; Critério de Classificação Econômica Brasil; Body Shape Questionnaire; Escala Multidimensional Breve de Satisfação com a Vida em Estudantes; Percepção de Saúde e de Otimismo e Escala de Felicidade. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva e análise discriminante. Em relação à imagem corporal, 1.091 (74,7%) estavam satisfeitos. O que mais diferenciou os grupos foi o sexo (0,680), a satisfação consigo próprio (0,644), a percepção de saúde (0,630) e o quanto o adolescente está feliz com sua saúde (0,601). O investimento em uma abordagem que vincule imagem corporal positiva com ser saudável em um sentido mais amplo, pode contribuir com adesão dos adolescentes aos serviços de saúde, permitindo acessar essa população de uma forma mais efetiva e menos reguladora.

Fatores Antropométricos Relacionados À Insatisfação Com a Imagem Corporal Em Adolescentes

“…Rio de Janeiro, Rio de Janeiro -2014 Existem estudos que mostram relação entre a insatisfação com a imagem corporal, atitudes alimentares inadequadas e o risco de desenvolvimento de transtornos alimentares em estudantes brasileiros[13][14][15] . Neste estudo identificou-se uma prevalência de insatisfação corporal em torno de 29%, em ambos os sexos, valor este aproximado a outro estudo, cuja frequência foi de 25% em jovens com idade entre 12 e 19 anos16 . Felicidade, satisfação, flexibilidade comportamental, crescimento e resiliência após a adversidade, além da boa saúde, educação, socialização positiva, entre outros, são algumas das condições necessárias para a maturação bem sucedida na adolescência.…”

A insatisfação com a imagem corporal na adolescência

“…Gomes et al,(2020), ao realizar uma pesquisa com 111 adolescentes, identificaram uma prevalência de IIC de 29% em adolescentes do sexo feminino e masculino, enquanto no estudo de Carvalho et al (2020), no qual foram avaliados 1.019 adolescentes do sexo feminino e masculino, também foi identificado IIC, sendo que 41,4% demonstraram desejo de ter uma silhueta menor e 33,7%, uma silhueta maior. Já Pinho et al (2019), quando investigaram sobre IIC de forma separada, apontaram que 42,9% dos indivíduos do sexo feminino demonstraram apresentar IIC, enquanto esse índice nos meninos foi 32,7%, ou seja, mostrou indícios de que as adolescentes em tese podem ser as quem mais sofrem com a IICA adolescência é a transição da criança para a vida adulta, marcada por uma passagem na qual acontecem várias alterações na forma corporal e em propriedades psíquicas (Fortes et al, 2015a), que ocorrem também no âmbito cognitivo, afetivo e social (Lemes et al, 2018). Conforme Lira et al, (2017) e Fantineli et al (2020), a imagem corporal é criada em nossa mente, são aqueles sentimentos e pensamentos que estão relacionados ao corpo, construídos com base em experiências adquiridas ao longo da vida, e a IIC é a distorção da imagem corporal, que neste caso seria uma avaliação negativa de si próprio.…”

“…Além disso, também retrataram que elas, por serem grandes consumidoras de tendências e fazerem uso intenso das redes sociais, acabavam constituindo um grupo mais vulnerável às influências da mídia. Outros estudos também evidenciaram que as meninas sofrem maior pressão social para estarem no peso ''ideal'', e que este é, portanto, o principal motivo para sua IIC (Fortes et al, 2016;Rentz-Fernandes et al, 2017;Lira et al, 2017;Lemes et al 2018;Pinho et al 2019).…”

Adolescer em meio à pandemia de Covid-19: um olhar da teoria do amadurecimento de Winnicott

“…In this phase, specifically, dysfunctional relationships (among peers or with family members, for example) have been identified as one of the risk factors for self-inflicted violence in adolescence. The increased exposure to cyberbullying, the weakening of support networks, the increase in intra-family conflicts and violence, and the intensive use of the Internet are risk factors for the occurrence of non-suicidal self injury (NSSI) [21][22][23] . In addition to the factors mentioned, NSSI seems to be related to the way the subject deals with environmental invasions.…”