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Cobertura universal em saúde e o Programa Mais Médicos no BrasilEntre diversos caminhos para atingir a cobertura universal, a literatura mostra que o foco na qualificação da atenção primária à saúde (APS) potencializa os esforços dos países no sentido de fortalecer os sistemas de saúde. Uma APS de qualidade -isto é, que permita acesso oportuno de todas as pessoas aos bens e serviços de saúde, sem distinção e conforme as necessidades em saúde -compreende a coordenação do acesso a cuidados integrais (1, 2), o que inclui necessariamente a presença de médicos na equipe multidisciplinar.O Programa Mais Médicos (PMM), uma política implantada no Brasil em 2013, prevê o fortalecimento da APS no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de um conjunto de ações que vai desde a alocação de médicos nos serviços até a reordenação da formação médica no país. O objetivo do programa é diminuir a carência de médicos nas regiões prioritárias para o SUS, reduzindo as desigualdades regionais na saúde e adequando os processos de educação e formação mé-dica para fortalecer o SUS.O presente artigo propõe um diálogo entre a cobertura universal em saúde e o PMM, tendo a APS como elo entre essas políticas. A partir de uma revisão conceitual de cobertura universal em saúde e de uma análise do PMM sob a ótica dos avanços e resultados obtidos em termos de fortalecimento da APS no SUS, o objetivo do artigo foi discutir a potencial contribuição do PMM para o avanço do sistema de saúde brasileiro rumo à cobertura universal.
RESUMO
Palavras-chaveCobertura universal em saúde; Sistema Único de Saúde; atenção primária à saúde; Brasil.