A relação entre a prática de atividade física e pressão arterial (PA) tem sido reportada entre jovens. Contudo, pontos de corte do número de passos para discriminar PA elevada na população pediátrica ainda são incertos. O objetivo do presente estudo foi avaliar quantos passos por dia são suficientes para discriminar PA elevada em crianças e adolescentes. Estudo transversal com 1.044 escolares (456 meninos), de seis a 17 anos de idade, do município de Amargosa, Bahia, Brasil. A PA foi mensurada e a PA elevada foi classificada como sistólica ou diastólica ≥ percentil 95 de acordo com sexo, idade e estatura. O número de passos diários foi estimado por pedômetro. Curvas Receiver Operating Characteristic foram construídas e a área sob a curva, sensibilidade, especificidade e intervalos de con ança (IC) de 95% foram calculados, com análises separadas por sexo. A prevalência de PA elevada foi de 27,8%. O número de passos foi preditor de PA elevada tanto para o sexo masculino (acurácia = 0,55; IC95%: 0,51-0,60) quanto para o feminino (acuraria = 0,58; IC95%: 0,54-0,62). Os pontos de corte com maior equilíbrio entre sensibilidade e especificidade foram 14.228 passos para o sexo masculino e 10.796 passos para o feminino. O número de passos por dia, avaliado por pedômetro, foi preditor de PA elevada nas crianças e adolescentes investigados. Em termos práticos, sugere-se a utilização de 14.000 e 11.000 passos por dia para discriminar PA elevada em jovens do sexo masculino e feminino, respectivamente. Esses achados podem ser úteis para subsidiar ações de enfrentamento à PA elevada na infância e adolescência.