Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes

Abstract

Muitas das recentes reflexões acerca da produção da diferença e da análise da desigualdade social vêm investindo na articulação entre os chamados "marcadores sociais da diferença". Nesse amplo cenário que envolve os debates acerca dos direitos diferenciados e das políticas de reconhecimento, da produção de novas sensibilidades e da concomitante ressemantização de antigas formas de exclusão, a intersecção entre raça, nação, sexualidade e gênero ganha destaque. O objetivo deste artigo é refletir sobre a forma como um certo conjunto de marcadores da diferença vem sendo agenciado em reflexões acadêmicas e políticas recentes. Mais especificamente, este artigo irá focar três eixos: 1) o da (re)construção dos Estados nacionais e de certas representações de nação; 2) o campo dos direitos humanos: da regulação à construção de sujeitos de direitos; e 3) o das identidades subjetivas, do espaço de agência, do cuidado de si e da inserção em novas ou renovadas redes de sociabilidade.

Narrativas sobre risco e culpa entre usuários e usuárias de um serviço especializado em infecções por HIV: implicações para o cuidado em saúde sexual

“…In other contexts, the notion of social defense (Moutinho, 2014) This perspective -which stresses autonomy promotions in the context of health/STIs -it retakes a notion of body control, linking public health narratives with discourses that lie between social protection and coercion (Souza and Czeresnia, 2007). In addition, while Patient 9's statement places an idea of social defense as the focus, and in opposition to the possibility of autonomy, it silences the public's non-recognition of different ways of experiencing sexuality (Moutinho, 2014).…”

Violência No Namoro E Nas Relações Íntimas Entre Jovens: Considerações Preliminares Sobre O Problema No Brasil

“…Desse modo, análises interseccionais, desenvolvidas do ponto de vista teórico e metodológico, apresentam-se como fundamentais para dar conta de processos complexos de produção de desigualdades. A perspectiva da interseccionalidade, desenvolvida por autoras como Kimberle Crenshaw e Angela Davis, assinala a interconexão entre os principais sistemas de opressão, cuja síntese cria as condições objetivas de vida especialmente de mulheres negras (MOUTINHO, 2014). Por isso, a intersecção entre gênero e raça apresenta-se como um modelo explicativo e polí-tico distinto daquele que institui o gênero como o principal fator de produção de desigualdades e opressões.…”

Apresentação

“…As will be seen in the articles, race, class, generation, ethnicity and other markers dramatically and daily traverse gender-state relations, creating inflections, shadings, ponderations and distinctions between policies, forms of management, personal and family trajectories, values and desires. Thus, the way that differences are situationally produced -and not simply how they precede or condition situations -permeate many of the reflections presented here, given that the processes of state are simultaneously supported by the obligation and privilege of constructing these differences and placing them in hierarchy (McClintock, 2010;Brah, 2006;Piscitelli, 2008;Moutinho, 2014;Cho;Crenshaw;Source, 2013;Fouron;Glick Schiller, 2010;Mahler, 2001). …”