2019
DOI: 10.1590/0103-6564e180131
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O luto dos familiares de desaparecidos na Ditadura Militar e os movimentos de testemunho

Abstract: Resumo Este artigo pretende compreender a forma como o processo de luto ocorreu entre os familiares de desaparecidos-mortos políticos durante a Ditadura Militar de 1964, que, valendo-se da Doutrina de Segurança Nacional, fez desaparecer militantes, ocasionando um hiato traumático no cerne das famílias, que precisaram lidar com o vazio próprio do desaparecido/desaparecimento. Sabendo que, para a elaboração do luto, se requer uma objetivação da morte - a identificação do corpo morto e os ritos de passagem da vid… Show more

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“…Nas sociedades ocidentais na era cristã, somente a partir do século XVIII os rituais funerários passaram a ser de responsabilidade da família, pois, até então, a guarda do corpo ficava aos cuidados do clero. O cuidado do corpo do morto trouxe consigo a necessidade de uma maior reflexão em relação à morte, ao luto e à separação (Fustinoni & Caniato, 2019) São Paulo, 23(3), 509-533, set. 2020 Assim como o pequeno Jürgen, entendemos, enquanto sociedade, que nossos deveres com nossos familiares não terminam com a morte deles.…”
Section: Rituais De Despedidaunclassified
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“…Nas sociedades ocidentais na era cristã, somente a partir do século XVIII os rituais funerários passaram a ser de responsabilidade da família, pois, até então, a guarda do corpo ficava aos cuidados do clero. O cuidado do corpo do morto trouxe consigo a necessidade de uma maior reflexão em relação à morte, ao luto e à separação (Fustinoni & Caniato, 2019) São Paulo, 23(3), 509-533, set. 2020 Assim como o pequeno Jürgen, entendemos, enquanto sociedade, que nossos deveres com nossos familiares não terminam com a morte deles.…”
Section: Rituais De Despedidaunclassified
“…O desaparecido é cindido de sua história e a ele é negada a característica de sujeito, enquanto à sua família é negada a certeza da morte. Por essa estratégia de terror, o desaparecido torna-se uma figura envolta por penumbra, pois não está morto, mas tampouco está vivo, está permanentemente presente e sempre ausente (Fustinoni & Caniato, 2019). E os familiares tornam-se prisioneiros da ambiguidade, divididos entre a esperança e a resignação, impedidos de realizarem plenamente seu luto (Fuchs, 2018).…”
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