Este artigo pretende discutir aspectos universais e peculiares da vivência de luto no contexto da pandemia por COVID-19, a partir da escuta clínica de familiares que perderam seus parentes que se encontravam internados. O trajeto para atingir este objetivo inicia-se com a descrição do espaço de escuta fornecido pelo APEM-COVID no Hospital de Clínicas da Unicamp; segue com uma apresentação sobre o luto na perspectiva de alguns reconhecidos autores e continua discutindo elementos observados no processo de luto inserido numa conjuntura sem precedente na história recente. As falas recortadas dos atendimentos dialogam e desafiam aspectos teóricos, pelo inédito do momento em que se inserem, valorizando a importância do cuidado ofertado e seu potencial de construção de saber.
Os quadros depressivos afetam de 5 a 10% da população mundial e estão associados à baixa taxa de remissão e à alta taxa de recidiva, tendo, pois, um grande contingente de pessoas com refratariedade ao tratamento. Este estudo objetivou compreender significados emocionais referidos por pacientes com quadro de depressão resistente, atendidos no hospital universitário da Unicamp. Com desenho qualitativo, particularizado no método clínico-qualitativo, o tratamento de dados obtidos em entrevsita livre revelou as seguintes categorias: (1) percepção da refratariedade no entendimento frente à permanência dos sintomas da doença; (2) depressão refratária sob certo olhar melancólico da vida; (3) sentimentos de impotência na percepção da complexidade da refratariedade; (4) boa aderência ao tratamento pela manifestação da refratariedade e ao medo das recaídas.
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