Psicoterapia transcultural da migração

Abstract

<p>O tratamento psicológico em situação transcultural nos mostra algumas questões específicas. Neste artigo propomos construir as bases da clínica transcultural com sujeitos imigrantes, expondo os principais elementos necessários à adaptação do enquadramento terapêutico, bem como os princípios, indicações e as limitações da consulta clínica transcultural.</p>

Role of a support network for refugee mothers

“…Such encounters strengthen the network of support and help integrate the experience of exile in all its radicalism into the life trajectory of mother and child refugees. The offer of a technical support network capable of promoting cross-cultural care that favors cultural mixing, as Moro (2010Moro ( , 2015 argues, is a healthy solution for the integration of the immigrant in the host country.…”

“…Achieving this goal in a transcultural clinic is only possible through the clinical professional's "decentering" (Moro, 2015), which enables the therapist or caregiver to distance him-or herself from the cultural model (Rogoff, 2005) to provide care that respects and integrates cultural differences.…”

“…The clinical framework conceived according to the Therapeutic Consultations (Winnicott, 1984) that was initially proposed for the care of refugee mothers was enriched with the ideas of Moro (2015) regarding the cultural mixing and the decentering of the clinical professional and in response to the specific and moving character of our patients' suffering.…”

“…Although losses, disruptions and changes mark the migration of refugees, whether their effect is traumatic depends on aspects shared by all migrants, different migration modes and individual experiences (Moro, 2015). According to Ramos (2012), the impact of the migration experience is associated with what was left behind, the age of the migrant, the voluntary or involuntary nature of the change, the characteristics of the new culture, the connection established with the new place of residence, linguistic differences, receptivity of the native population and, finally, the resilience of the individual.…”

A cultura na gestação, parto e nascimento: vozes das mulheres imigrantes sírias

“…Os conteúdos culturais e as formas de estruturas sociais tornam possível a multiplicidade dos simbólicos.Ao estudar os aspectos culturais na gestação, parto e nascimento, nos deparamos com os conceitos de multiculturalidade, interculturalidade ou transculturalidade. Para Weissman(2018), a multiculturalidade diz respeito a culturas que, ainda que em contato, mantém características próprias, em geral há uma cultura hegemônica, dominadora; interculturalidade diz respeito à pluralidade, entrelaçamentos, sem que uma cultura se sobreponha à outra; e, transculturalidade, associada principalmente à etnopsicanálise, que na França tem como uma das expoentesMoro (2015), que desenvolveu a terapia transcultural com imigrantes, onde os aspectos culturais trazidos pelos imigrantes e seus familiares são acionados com função terapêutica. um evento socialmente organizado e culturalmente produzido.Ambas as formas são informações valiosas para colocar o cuidado da gestação, parto e nascimento dentro do sistema de saúde de um país, para pensar em boas práticas e proporcionar alguns parâmetros para o sucesso desse cuidado, gerando reflexões sobre aspectos sociais e interacionais do cuidado.…”