A pandemia de COVID-19 provocou a migração do trabalho presencial para o remoto. Na psicoterapia psicanalítica, essa prática era pouco utilizada, principalmente na clínica da infância. O objetivo deste estudo foi analisar e compreender os fenômenos observados na prática de psicoterapeutas de orientação psicanalítica que realizaram atendimento com crianças no modo online no período pandêmico. Foi realizado um estudo de abordagem qualitativa, de levantamento, utilizando entrevistas individuais semiestruturadas. Participaram do estudo seis psicoterapeutas residentes em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que atenderam crianças de 5 a 11 anos. Após a análise temática das entrevistas, formularam-se três temas: “um novo setting”, “a relação terapêutica” e “perspectivas de incorporação da modalidade online à prática clínica psicanalítica com crianças”. Concluiu-se que existem características próprias desse ambiente de atendimento, em que algumas crianças têm melhores condições de adaptação do que outras, por fatores
ambientais, de psicodiagnóstico ou de desenvolvimento.