2021
DOI: 10.1590/0103-1104202112813
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Dos corpos como objeto: uma leitura pós-colonial do ‘Holocausto Brasileiro’

Abstract: RESUMO A lei da reforma psiquiátrica brasileira reconfigurou o modelo assistencial em saúde mental no País, tendo como principal repercussão a mudança do regime asilar de tratamento para o tratamento em meio comunitário, realizado, sobretudo, nos diversos tipos de Centros de Atenção Psicossocial. A exigência de mudança do modelo assistencial foi encabeçada pelo Movimento da Luta Antimanicomial, que denunciou a corrupção do sistema hospitalocêntrico (soberano antes da reforma psiquiátrica) e a violação dos dire… Show more

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“…No decurso da barbárie e a grande quantidade de corpos, os mesmos eram comercializados com as faculdades de medicina do país, apelidado de comércio da morte, e quando o mercado saturou corpos eram jogados no pátio e dissolvidos com ácido na frente dos outros asilados para vender a ossada (Souza, 2021). O Hospital possuía seu próprio cemitério e os asilados que levavam e enterravam seus "companheiros" de internato, charretes passavam a todo momento carregando corpos para serem enterrados no cemitério da paz, desativado nos dias atuais.…”
Section: Segundo Borges (2009)unclassified
“…No decurso da barbárie e a grande quantidade de corpos, os mesmos eram comercializados com as faculdades de medicina do país, apelidado de comércio da morte, e quando o mercado saturou corpos eram jogados no pátio e dissolvidos com ácido na frente dos outros asilados para vender a ossada (Souza, 2021). O Hospital possuía seu próprio cemitério e os asilados que levavam e enterravam seus "companheiros" de internato, charretes passavam a todo momento carregando corpos para serem enterrados no cemitério da paz, desativado nos dias atuais.…”
Section: Segundo Borges (2009)unclassified
“…Talvez, por esta recusa em perceber nossa estrutura de sociedade colonial que reproduziu os modos e as formas de separação do bairro do colonizador e do bairro do colonizado que ainda não tenhamos conseguido formular nossas cicatrizes enquanto escara moral, e precisamos constantemente retomar nossas feridas que acabam por nunca se fechar (Fanon, 1968;Matos-de-Souza, 2022b;Medrado, 2022;Pereira da Silva;Medeiros;Alves do Bomfim, 2015). Continuamos com a ferida e a escondemos, insistimos no processo de classificar pessoas em humanas e quase humanas, permitindo que parte da população tenha seus direitos e corpos violados.…”
unclassified
“…À guisa de conclusãoum currículo migrante Os dispositivos curriculares da Região Norte do Brasil, em conjunto, não fogem muito ao padrão que viemos encontrando ao longo do estudo que estamos desenvolvendo: a migração e o migrante pouco aparecem, quando o currículo inscreve o fenômeno em sua linguagem, o faz a partir do conteúdo disciplinar, além de operarem, em sua grande maioria, o exercício de invisibilização da temática (Matos-de-Souza et al, 2021; Matos-de-Souza et al, 2019). Todos, com a exceção do currículo do estado de Roraima (Roraima, 2018) parecem não ver a migração como problema a ser enfrentado nem o migrante como sujeito a ser incluído em seu sistema educacional.Num arranjo societário excludente como o brasileiro que opera numa lógica de descarte dos corpos indesejados, reproduzindo práticas coloniais com sujeitos pertencentes em seu próprio território e sociedade(Mbembe, 2018;Matos-de-Souza & Medrado, 2021;Matos-de-Souza, 2021) é de se imaginar as dificuldades que um sujeito recém chegado, não falante da língua e tendo atravessado uma série de situações extremamente difíceis no caminho até o país, de tal forma que a expressão sobreviência soaria inadequada para designar sua condição. Por vezes a busca por um páis de acolhida vem junto com o desejo de humanidade, de sentir-se pertencente a um grupo a um arranjo que no país de origem, por vezes, não se consegue mais.Um primeiro passo para a inclusão seria inscrever a migração no texto curricular e o migrante no conjunto de sujeito que identificamos como sendo os que estão no fora: alijados das dimensões mais básicas do direito enquanto participante de uma sociedade.…”
unclassified
“…Matos-de-Souza & Medrado, 2021).Estes dispositivos se materializam de muitas formas: lei, resolução, portaria, às vezes até são nomeados de currículos. O que procuramos foi justamente por taís documentos, reservando a cada unidade da federação sua nomenclatura, o grau de importância dado e procurando perceber como tais entidade subnacionais, na produção de seus dispositivos curriculares conseguiram pensarou nãoa figura do migrante como algo possível em seu horizonte de inscrição.Em um país de dimensões continentais e federativo como o Brasil, os currículos das unidades subnacionais dão a marca da diferença, constituindo elemento de viva disputa de significados para mundos possíveis que cada dispositivo pode criar.…”
unclassified