Percepção da Equipe de Saúde da Família sobre o cuidado a usuários de drogas

Abstract

RESUMO Estudo com objetivo de compreender a percepção da equipe da Estratégia Saúde da Família sobre o cuidado a usuários de drogas. Trata-se de estudo fenomenológico na abordagem de Maurice Merleau-Ponty, realizado com nove profissionais de uma Unidade de Saúde da Família no interior da Bahia, Brasil, no período de janeiro a março de 2012, por meio da entrevista aberta relacionada com a leitura de Desenhos-Estória com Tema produzidos pelos próprios participantes. A compreensão das descrições ocorreu mediante a técnica Analítica da Ambiguidade, que originou dois eixos temáticos: a crença na existência de um espaço de inserção próprio do usuário de drogas; e a crença de que o usuário está fora da sociedade. Assim, olhar o usuário como quem olha de fora, sem se entrelaçar com ele, contribui para a segregação e a exclusão social, o que requer dos profissionais a suspensão de teses que sustentam no campo do uso de drogas e a ressignificação da forma como veem e cuidam do usuário de drogas e sua família.

Evolução Das Políticas Públicas De Atenção Ao Usuário De Álcool E Outras Drogas: Revisão Narrativa

“…Levando o usuário ao rótulo, à crítica e à censura. A política de Atenção aos Usuários de Álcool e outras Drogas propõe que o cuidado a essa população seja implementado por meio de redes; tanto nos serviços de saúde, quanto ligadas à sociedade e ao território em que o usuário vive (LIRA et al, 2020) Conforme menciona Sanches e Vecchia (2020) dentre as dificuldades encontradas no processo de reabilitação biopsicossocial, está o estigma atribuído ao usuário de álcool e outras drogas. Fenômeno que corrobora para o afastamento do usuário dos serviços de atenção básica e especializada.…”

Desafios Da Coleta De Dados Em Pesquisa Qualitativa Na Temática Do Uso De Drogas

“…maramarc@ufn.edu.br 6 Docente do Curso de Enfermagem Universidade Franciscana -UFN. keity.soccol@ufn.edu.br 2 ao consumo e na comercialização das substâncias ilícitas, o tema se tornou uma questão de saúde pública (LIRA et al, 2020).…”

Percepção dos agentes comunitários de saúde acerca do trabalho em saúde junto a usuários de substâncias psicoativas e famílias: limitações e possibilidades de atuação

“…O estudo de Lira (2012), realizado em PSF da cidade de Salvador, mostrou que os ACS possuem percepções predominantemente negativas acerca do usuário de SPA, pois para eles é um indivíduo não funcional e incapaz de reestruturar o seu vida.…”

“…Nas situações em que um ou mais membros da família envolvem-se de forma nociva com as SPAs, há uma ruptura nos planos e projetos pré-estabelecidos de vida, gerando dificuldades de enfretamento para os familiares, influenciados pelo processo de estigmatização do uso e do usuário e pela própria sobrecarga que este representa em termos emocionais, físicos e, às vezes, até financeiros. Isso pode fazer com que a família seja percebida por terceiros e se considere 'desestruturada', assumindo uma conduta de autoculpabilização (LIRA, 2012).…”