O trabalho em saúde bucal na Estratégia Saúde da Família: uma difícil integração?

Abstract

RESUMO Este estudo analisou a integração da equipe de Saúde Bucal (eSB) à equipe de Saúde da Família (eSF) no Distrito Federal. Trata-se de estudo qualitativo onde dezenove entrevistas, observação do trabalho e análise documental foram conduzidas, e a coleta e a análise, em triangulação, basearam-se em categorias analíticas formuladas a partir das políticas públicas que orientam o trabalho em saúde bucal: trabalho em equipe, ações educativas e intersetoriais, vínculo e acolhimento, acesso e coordenação do cuidado, planejamento e educação permanente, participação e controle social, qualificação da assistência e condições de trabalho. Os resultados evidenciam integração dos profissionais da saúde bucal na interconsulta, nas reuniões de equipe, nas visitas domiciliares, nas ações intersetoriais focadas em escolares e de educação em saúde individual e de grupos, num meio onde predomina o modelo biomédico. Os agentes comunitários se destacam como facilitadores da integração, enquanto os técnicos de saúde bucal permanecem na invisibilidade. Conclui-se que a integração da eSB com a eSF é incipiente e limitada por conflitos de normas e pela forma como se organiza o trabalho na eSF no contexto estudado, constituindo-se em uma difícil integração.

Oral health, impact of pain in the life and perception of users atended at family health strategy of Piraí-RJ

“…Despite advances in access, reception, and bonding, few results in health promotion, territorialization, and interdisciplinary approach are observed in practice. 20 In the present study, there was a wide acceptance of the users to the service, with most of them being able to have their dental pain treated and without having difficulty accessing health services. In addition, the results demonstrated that most of the users felt satisfied with the service provided, as was also Study of family health strategy of Piraí-RJ Soares et al…”

Impactos da COVID-19 nas produções das equipes de saúde bucal na atenção primária à saúde

“…A formação dos profissionais de odontologia pautada no modelo biomédico colabora para que os mesmos optem por trabalhar basicamente nas consultas clínicas, raramente se envolvendo em ações conjuntas com a eSF, com as famílias e a comunidade. Faz-se necessário a quebra de tal isolamento da ESB e que os profissionais busquem a troca de conhecimentos, o reconhecimento de habilidades e competências de cada membro da eSF, se fazendo presente na construção coletiva de intervenções, para que haja uma atuação consoante com os princípios e diretrizes da ESF (Scherer, Scherer, Chaves & Menezes, 2018).…”

Contribuições Da Formação Do Técnico Em Saúde Bucal Para a Assistência À Saúde Bucal No Maranhão

“…Por muitos anos, as políticas públicas não contemplavam a odontologia e o acesso dos brasileiros a serviços relacionados à SB era extremamente limitado. (SCHERER et al, 2018;SPEZZIA;CARVALHEIRO;TRINDADE, 2015;DITTERICH;GRAZIANI;MOYSÉS, 2019). A maioria dos municípios desenvolvia ações apenas para gestantes e crianças em idade escolar e, aos demais grupos, o acesso restringia-se a serviços de pronto atendimento e urgência, geralmente mutiladores.…”

“…Nesta perspectiva, entendeu-se ainda a necessidade de ir além da dispensação de novos profissionais dotados apenas de competências técnicas no mercado de trabalho, mas também com habilidades e atitudes para atuar de forma criativa e efetiva nos processos de promoção, recuperação e manutenção da SB da comunidade (BRASIL, 2004;MATTOS et al, 2014) e com capacidade de integrar as ações da SB às demais ações da equipe de saúde, o que tem sido um desafios na APS. (SCHERER et al, 2018, BRASIL, 2006MATTOS et al, 2014;FACCHINI;TOMASI;DILÉLIO, 2018).…”