“…A complexidade deste campo aumenta quando se consideram as inúmeras intersecções com fatores socioculturais que atravessam os processos de subjetivação na época contemporânea, com a centralidade assumida pelo corpo (Santos et al, 2015Valdanha-Ornelas & Santos, 2019). Uma das especificidades mais salientes da clínica dos TAs é a reconhecida tenacidade com que as/os pacientes aderem aos seus sintomas e se mostram refratárias à abordagem médica, uma vez que não se reconhecem como pessoas adoecidas (Halmi, 2013;Ramos & Pedrão, 2013;Santos & Costa-Dalpino, 2019;Simões & Souza, 2021;Souza et al, 2019). Esta é uma particularidade que envolve esse transtorno mental, caracterizado por constituir quadros psicopatológicos nos quais se identifica grave distorção da imagem corporal, acompanhada de um padrão persistente de perturbações do comportamento alimentar que cursam com diversas alterações comportamentais e fisiológicas (Scorsolini-Comin & Santos, 2012;Ferreira et al, 2021;World Health Organization [WHO], 2018).…”