Ações Afirmativas No Ensino Superior Brasileiro: Caminhos Para a Permanência E O Progresso Acadêmico De Estudantes Da Área Das Ciências Exatas

Abstract

RESUMO: Este estudo aborda a questão do acesso e da permanência de estudantes pertencentes a grupos sub-representados no ensino superior. Seu propósito é compreender aspectos que contribuem para a permanência e o progresso acadêmico de estudantes beneficiados por ações afirmativas de cursos das ciências exatas. Utilizando-se de uma abordagem qualitativa, os dados foram produzidos a partir de entrevistas semiestruturadas com estudantes de cursos superiores de exatas de duas universidades federais brasileiras, ingressantes por meio de ações afirmativas. Para a organização e análise dos dados, utilizaram-se ferramentas da análise de conteúdo, tendo como perspectiva teórica o inquérito crítico. A análise respaldou-se em um amplo referencial e forneceu indícios para compreender aspectos significativos da trajetória dos estudantes, os quais podem ser resumidos em cinco temas: preparação acadêmica inicial; integração social; integração acadêmica; o papel do corpo docente e elementos que transcendem o espaço pedagógico.

Big Techs e impactos democráticos: liberdade de imprensa a partir da interação entre plataformas digitais e os veículos de mídia

“…Os processos de seleção para as IES federais foram uniformizados através do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e do Sistema de Seleção Unificada (SISU). Além de outras políticas públicas que perpassam as IES privadas do Brasil, como o Programa Universidade para todos (Prouni) e o Fundo de financiamento ao estudante do ensino superior (FIES) que possibilitaram a capilarização demasiada do ensino superior privado país afora (MACHADO, MAGALATI, 2016;SILVA, 2019;BARBOSA, 2015;JUCÁ, et al, 2019).…”

“…É recorrente a preocupação com a qualidade do ensino público, já que, em linhas gerais, acarreta defasagens no processo de aprendizagem dos(as) estudantes e que se estendem ao ensino superior. Ser universitário(a) oriundo(a) de escolas públicas implica condições adversas, como ausência de conhecimentos prévios, já que muitos(as) não tiveram contato com determinados conteúdos, enquanto estudantes da rede privada de ensino dominam ou tiveram contato com dados assuntos (MOURA, TAMBORIL, 2018;SILVA, 2019).…”

“…Portanto, programas de auxílio financeiro, como as bolsas de pesquisas e de extensão, auxílio moradia -considerando que muitos(as) estudantes migram para as cidades onde os campus estão localizados -, auxílio transporte, abertura de restaurantes universitários com preços populares das refeições, passam a ser requisito e, simultaneamente, incentivo para a permanência estudantil dos(as) estudantes cotistas, em sua maioria de classes populares, no ensino superior público (EUGENIO, ALGARRA, 2018;SILVA, 2019;BARBOSA, 2015). Nesse seguimento, é uniforme que os estudos apontem a necessidade de outras políticas para além das cotas, ações que integrem os(as) alunos(as) cotistas na universidade.…”

“…Nesse seguimento, é uniforme que os estudos apontem a necessidade de outras políticas para além das cotas, ações que integrem os(as) alunos(as) cotistas na universidade. A partir do apoio não só financeiro, mas pedagógico e psicológico -tendo em vista a mudança de rotina, a integração com diferentes perfis do espaço universitário e até mesmo as situações racistas e discriminatórias (CAVALCANTI, et al, 2019;JUCÁ, et al, 2019;SILVA, 2019), tal quadro passa a ser consolidado nos trabalhos desta segunda fase.…”

Julgamento de justiça e injustiça de cotas na universidade: impacto da empatia, da autopercepção e de um dilema de cotas

“…Dois estudos têm os mesmos autores, que apresentam dados de pesquisa da dissertação de mestrado de uma das autoras (Santos & Scopinho, 2015. Outro autor apresenta dois estudos, sendo um com gestores e docentes e outro com estudantes, ambos de cursos de exatas (Silva, 2019.…”