por aceitarem fazer parte da Comissão Examinadora da tese e, por meio de sua leitura atenta, feito esta pesquisa progredir. À Claudia Mendes Campos, Stefania Montes Henriques e Pedro Perini Frizzera da Mota Santos pela participação como membros suplentes.À Maria Filomena Spatti Sândalo por me orientar na qualificação de área, permitindo expandir horizontes sobre a pesquisa linguística.
Aos colegas do GPAL pelas discussões e acolhimento.A toda a comunidade do IEL, funcionários, alunos e professores, pelo apoio e crescimento pessoal.À Marcela Zanutto por ser uma profissional generosa, que me abriu muitas portas.Aos meus alunos e alunas, aos seus responsáveis e aos empregadores pela confiança que têm depositado em meu trabalho.Aos meus pais, Paulo e Ana, cujo apoio incondicional é o fomento desta pesquisa.A todos os mencionados por terem criado uma rede de apoio que, na difícil situação em que se encontra a ciência no Brasil, permitiu-me persistir.
RESUMODentre os vários aspectos do processo de aquisição de linguagem, a presença de inovações lexicais é certamente um dos que mais chama a atenção, seja do observador leigo, seja do pesquisador interessado naquilo que a fala infantil pode revelar sobre a linguagem humana ou sobre o processo de subjetivação. Isso porque o surgimento dessas ocorrências divergentestermo cunhado por Figueira (1996) em substituição a "erro" − torna flagrante a diferença entre a fala da criança e a fala do adulto. Evidências disso são encontradas na fala de crianças entre 2 e 5 anos, em que se observam, por exemplo, novos nomes de agente, como "olhador de olhos" (para 'oftalmologista'), e novos verbos, como "cabelar" (para 'pentear o cabelo'), que, embora distintas daquilo que se espera na fala do adulto, são compreendidas facilmente, visto que suas unidades (raízes, radicais e afixos) estão presentes no Português Brasileiro. No entanto, existem uma série de ocorrências que escapam a esse tipo de classificação, uma vez que o divergente se revela naquilo que pode ser reconhecido como algumas subunidades da palavra, a saber: o radical, a raiz, o tema, as vogais temáticas ou os morfemas de gênero. Esse é o caso de "achuqueiro", cujo efeito desviante reside no radical observado, que é diferente daquilo que se espera na fala do adulto ("açucareiro"). Assim, esta pesquisa tem como objetivo direcionar o olhar para esse tipo de evidências. A análise dos dados é feita sob o horizonte da teorização interacionista (DE LEMOS, 2002), em sua relação com as ideias saussurianas (SAUSSURE, 1996(SAUSSURE, , 2006(SAUSSURE, ], 2012(SAUSSURE, [2004), em especial, com aquilo que se encontra no corpus saussuriano sobre raiz, radical, tema e gênero, mas também com os conceitos de língua e fala, diacronia e sincronia, relações sintagmáticas e associativas e a teoria do valor. Os episódios são, em sua maioria, selecionados dos corpora de dois sujeitos, RA e DA, disponíveis no Projeto de Aquisição de Linguagem Oral (CEDAE/IEL/UNICAMP), cujas falas foram gravadas semanalmente em sessões de 30 minutos em situação de inte...