2016
DOI: 10.1590/0102-37722016012053219228
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A desumanização Presente nos Estereótipos de Índios e Ciganos

Abstract: RESUMO Analisamos, em dois estudos realizados em Sergipe e Alagoas, a desumanização de duas minorias étnicas: índios e ciganos. Participaram 678 não indígenas de ambos os sexos. No primeiro estudo, foram 378 moradores de cinco cidades de Sergipe e uma de Alagoas, dos quais 104 viviam perto da única tribo indígena do estado de Sergipe. No segundo, participaram 300 não-ciganos, dos quais 153 viviam perto de comunidades ciganas. Realizaram-se entrevistas individuais sobre as representações sociais e crenças colet… Show more

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“…A negação, portanto, do modo de vida cigano, geralmente visto como estranho e ameaçador, também é uma das marcas do contato entre as duas culturas em muitos territórios, especialmente no que se refere aos grupos mais tradicionais, sustentada em oposições como: sedentarização vs. nomadismo; moradia em casas vs. em barracas; além do uso de roupas típicas, a língua de domínio exclusivo do grupo, cultura com transmissão oral, crenças e regras endogrupais próprias (Bonomo e outros, 2012;Lima e outros, 2016;Perez e outros, 2007;Powell & Lever, 2017;Schneeweis, 2017;Villano e outros, 2017). O terceiro cluster (ciganos como 'indesejáveis') e o polo positivo do Fator 1 ('Cultura da trapaça'), bem como a ideia de que os ciganos seriam dessa forma porque "têm esperteza para ganhar dinheiro dos não-ciganos" (Tabela 3), denunciam esse processo (Andrade Júnior, 2013;Lima, Faro & Santos, 2016;Moscovici, 2009;Villano, Fontanella, Fontanella & Di Donato, 2017).…”
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“…A negação, portanto, do modo de vida cigano, geralmente visto como estranho e ameaçador, também é uma das marcas do contato entre as duas culturas em muitos territórios, especialmente no que se refere aos grupos mais tradicionais, sustentada em oposições como: sedentarização vs. nomadismo; moradia em casas vs. em barracas; além do uso de roupas típicas, a língua de domínio exclusivo do grupo, cultura com transmissão oral, crenças e regras endogrupais próprias (Bonomo e outros, 2012;Lima e outros, 2016;Perez e outros, 2007;Powell & Lever, 2017;Schneeweis, 2017;Villano e outros, 2017). O terceiro cluster (ciganos como 'indesejáveis') e o polo positivo do Fator 1 ('Cultura da trapaça'), bem como a ideia de que os ciganos seriam dessa forma porque "têm esperteza para ganhar dinheiro dos não-ciganos" (Tabela 3), denunciam esse processo (Andrade Júnior, 2013;Lima, Faro & Santos, 2016;Moscovici, 2009;Villano, Fontanella, Fontanella & Di Donato, 2017).…”
Section: Discussionunclassified
“…Outros estudos também evidenciam que os ciganos foram alvo de preconceitos e de discriminações ao serem associados à violência, ao crime e a desvios de cunho moral (e.g. Andrade Júnior, 2013; Lima, Faro & Santos, 2016;Moscovici, 2009;Villano, Fontanella, Fontanella & Di Donato, 2017), de modo que a descrição dos ciganos a partir de elementos com conotação negativa ainda se faz presente na atualidade (e.g. Bonomo, Cardoso, Faria, Brasil & Souza, 2017;Lima e outros, 2016;Schneeweis, 2017; Villano e outros, 2017).…”
Section: Introductionunclassified
“…Tendo em vista que a experiência com o objeto social (Jodelet, 2015;Moscovici, 2003) orienta tomadas de posição dos sujeitos da representação frente aos ciganos, como evidenciado de maneira transversal na análise do processo de ancoragem social por meio das variáveis sexo, contato e nacionalidade, essa dimensão pode ser considerada um princípio organizador das representações sociais de ciganos (Lima et al, 2016). Esse dado sugere que práticas interventivas para redução do preconceito precisam alinharse com correções de assimetrias sociais e implementação de políticas públicas que promovam, efetivamente, a acessibilidade dos grupos ciganos aos recursos simbólicos e materiais, realidade ainda distante frente ao diagnóstico da questão cigana em diferentes nacionalidades (Pérez, Moscovici, & Chulvi, 2002;Ram, 2014;Ravnbøl, 2010).…”
Section: Discussionunclassified
“…A produção de conhecimento sobre os ciganos no Brasil ainda é escassa (Ferrari, & Frotta, 2014), assim como são poucas as políticas públicas de garantia de direitos a essa população (por exemplo: Lima, 2014;Moonen, 2013; Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial -Seppir, 2013a;b). Apesar dos desafios envolvidos no desenvolvimento de pesquisas com os ciganos (por exemplo: Condon et al, 2019;Durst, & Nyírő, 2018;Messing, 2019), entender como os grupos étnicos ciganos valorizam e lutam pela manutenção de suas identidades nos modos de vida contemporâneos apresenta-se como tarefa de grande relevância (Cittadini, 2018;Heaslip, & Smith, 2016;Simões, 2014), tendo em vista a necessidade de contribuir para a visibilidade e o reconhecimento social dessa minoria, pouco conhecida, mas que há séculos vive sob a sombra do preconceito e da discriminação social, no Brasil e em vários contextos geográficos do mundo (por exemplo: Acton, 2018;Hutchison, Chihade, & Puiu, 2018;Kende, Hadaricsa, & Lášticováb, 2017;Law, & Kovats, 2018;Lima, 2014;Lima, Faro, & Santos, 2016;Miškolci, Kováčová,, & Rigová, 2018;Moonen, 2012;Powell, 2008;Powell, & Lever, 2017;Tremlett, 2017;Villano, Fontanella, Fontanella, & Donato, 2017;Wallace, Townsend, & Salemink, 2018).…”
Section: Introductionunclassified