Sexualidade e prevenção das IST/aids no cuidado em saúde mental: o olhar e a prática de profissionais no Município do Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Despite major strides in the Psychiatric Reform and high HIV rates among users of mental health services, there is a lack of prevention policies for this population. The gap is further aggravated by mental health professionals' difficulty in approaching the sexuality of mental health care users. The article analyzes the perceptions and practices of mental health professionals concerning these issues in three service models in the Network of Psychosocial Care (RAPS) in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Eight focus groups were held with mental health care teams from a public university institution in a Center for Psychosocial Care III (CAPS III) and a Street Outreach Service. A total of 61 health professionals participated (40 women and 21 men), mostly 20 to 40 years of age, both residents and professionals from various health fields. The health professionals identified greater vulnerability of users of mental health care services to situations of sexual violence, and not only to STD/AIDS. They emphasized the importance of addressing sexuality and STD/AIDS prevention; however, these issues do not appear in the team discussions and rarely surface in daily patient care due to their lack of training and knowledge, as well as to the absence of institutional guidelines. The health professionals admitted their difficulties and highlighted the importance of establishing spaces for exchange of experiences in the services. The findings point to the need to incorporate sexuality and STD/AIDS prevention in the institutional dynamics and training of mental health professionals. Despite mental health deinstitutionalization and strides in the AIDS field, in addition to the supply of comprehensive humanized care, such themes have still not been incorporated into the debates in the RAPS. The article concludes with recommendations to help improve the quality of mental health care.

Roteiros de sexualidade construídos por enfermeiros e a interface com a atenção em infecções sexualmente transmissíveis/HIV

“…This gap is identified in nursing, but also in a large part of health education curricula. 21 However, the silence about sexuality in the training does not imply the absence of these questions, for it was identified, for example, the differentiation of care based on sex, revealing the eroticization of the care relationship. This result was found in another study carried out with French nurses.…”

Desvendando a sexualidade de pessoas com sofrimento psí­quico

“…No entanto, comportamentos de manifestação da sexualidade, quando apresentados por pessoas com transtornos psíquicos, são entendidos como comportamentos demasiados complexos ou até problemáticos, ao contrário do que aconteceria caso estes fossem executados por pessoas ditas normais (16,17) . Observa-se, na prática dos profissionais, a predominância de uma visão estigmatizante sobre o descontrole da sexualidade do usuário de serviços de saúde mental relacionado diretamente aos sintomas do transtorno (1) .…”

“…A literatura aponta que a pessoa com sofrimento psíquico é mais vulnerável ao abuso sexual (1) . O presente estudo corrobora com essa assertiva, pois evidenciou que o abuso sexual foi vivenciado pela maioria dos participantes.…”

“…A sexualidade é um tema que vem ganhando destaque internacionalmente, sendo possível observar a discussão de aspectos relacionados à sua abordagem pelo profissional de saúde em estudos científicos atuais (1,2) .…”

“…Mesmo almejando-se uma abordagem integral, os aspectos relacionados à sexualidade ainda são esquecidos na assistência à pessoa com sofrimento psíquico, refletindo em comportamento sexual de risco e com altas taxas de IST entre os usuários dos serviços de saúde mental (1) , explicitando a necessidade de desenvolver ações que visem à promoção da saúde e à prevenção de doenças, devendo, os profissionais de saúde, compreenderem a importância que o acesso à educação sobre uma vida sexual e reprodutiva saudável exerce na qualidade de vida dessas pessoas.…”