Desapoio dos gestores e desinstitucionalização das Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde

Distribuição espacial das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na Atenção Básica no Brasil

“…Reconhece-se, então, como dificuldades para o desenvolvimento das PICS na AB: falta de pesquisa com apoio financeiro; falta de mecanismos de monitoramento da prática; falta de formação e capacitação; falta de expertise de autoridades e agências sobre o assunto (18) . Acrescenta-se ainda: falta de avaliação da própria PNPIC no Brasil; falta de estrutura para a oferta; pouco acesso dos usuários; falta de desenvolvimento de processos e produtos; falta de insumos; falta de apoio da gestão local; pouco conhecimento de profissionais de saúde e gestores do serviço (19,20) .…”

“…Acentua-se, então, a problemática da falta de indicadores próprios para as PICS, porque prejudicam a sua adequação às especificidades da prática na AB (12) . Com isso, faz-se necessário uma perspectiva de promoção da saúde onde as PICS perpassem a gestão (20) e a formação para a integralidade; pois o uso das PICS no SUS não implica em substituir o modo vigente de atendimento, e sim contribuir com a resolutividade do cuidado, ressaltando-se a ESF como possível ampliadora e divulgadora dessa iniciativa, desde que com profissionais com atribuições claras.…”

Práticas Tradicionais de Saúde em Comunidades Rurais: desafio para a Atenção Primária em Saúde

“…Portanto, mais do que achar uma prática superior à outra, os profissionais e os usuários precisam estar integrados e, para que isso aconteça, faz-se necessário investir em educação popular, aproximar as equipes de saúde dos conhecimentos das comunidades nas quais estão inseridas, assim como fornecer subsídios e materiais técnico-instrucionais para dar suporte à equipe 3 . Merece destaque a participação mais expressiva dos ACS no contato com a comunidade, remetendo a eles maior desafio para articular os saberes cultural e profissional, muito embora seja um compromisso de toda a equipe de saúde.…”

“…Esse cenário remete a desafios e obstáculos na rotina dos serviços, muito embora o SUS contemple na sua micropolítica o incentivo às práticas tradicionais, com legislação e projetos que buscam essa sincronização. E, muitas vezes, essas práticas não se efetivam pelo desconhecimento e pela falta de sensibilidade de gestores e profissionais a respeito da diversidade cultural 3 como evidenciado em estudos nacionais 5,6 e internacionais 7,8 .…”

“…Ao longo dos anos as características sociais, econômicas e geográficas do campo vêm passando por modificações, no entanto, o saber popular, em muitas situações, permanece inalterado, sobretudo em algumas localidades. Dessa forma, torna-se preocupante o modelo de atenção à saúde eminentemente biomédico que remete ao desafio de reconhecerem conhecimentos tradicionais capazes de repercutirem nas práticas de saúde no dia a dia nas comunidades 3 . As condutas terapêuticas dos profissionais devem considerar essa realidade de modo a rechaçar o pensamento etnocêntrico capaz de inviabilizar a promoção e recuperação da saúde.…”