Um estudo longitudinal da associação do capital social e mortalidade entre idosos brasileiros residentes em comunidade

Abstract

Resumo: O objetivo do estudo foi verificar se o capital social seria um preditor da mortalidade por todas as causas entre idosos brasileiros residentes em comunidade. Participaram 935 idosos sobreviventes da coorte idosa do Projeto Bambuí em 2004, que foram acompanhados até 2011. O desfecho foi a mortalidade por todas as causas e a exposição de interesse foi o capital social, mensurado em seus dois componentes, o cognitivo (coesão social e o suporte social) e o estrutural (participação social e satisfação com a vizinhança). Variáveis sociodemográficas, de condições de saúde e tabagismo foram incluídas na análise para o propósito de ajuste. A análise dos dados baseou-se no modelo dos riscos proporcionais de Cox, que fornece hazard ratios (HR) e intervalos de 95% de confiança (IC95%). O componente estrutural do capital social, na dimensão da participação social, foi o único independentemente associado à mortalidade: os idosos que não participavam de grupos sociais ou associações apresentaram um risco de morte duas vezes maior (HR = 2,28; IC95%: 1,49-3,49) que suas contrapartes. Os resultados desta investigação evidenciam a necessidade de estender as intervenções direcionadas à promoção da longevidade para além do campo específico de atuação da saúde, voltando-se também para características ambientais e sociais.

Social participation and self-assessment of health status among older people in Brazil

“…No 89 older persons living in Juiz de Fora in the State of Minas Gerais (MG) showed that 52.8% were active members of community groups 25 . More recently, a study included 935 surviving elderly from the cohort of the city of Bambuí-MG, presented a prevalence of 17.4% 15 . Other study analyzed prevalence rates and gender and age differences in indicators of active aging in elders participating in the Campinas Municipal Health Survey in Campinas, São Paulo State (2014-2015).…”

“…Formal or informal local community support provides access to resources, good, services and assistance that can complement or meet the needs of the elderly and their families 3,13,36 . Limited social support can therefore mean that elderly people have less capacity to cope with adversity and lead to negative health behaviors (for example, social isolation, physical inactivity, functional disability, and depression) 3,6,13,36 until all-cause and cause-specific mortality 15,16 . Social participation in community activities can strengthen social support networks, even among people from more underprivileged backgrounds, mitigating hardship and acting as a protective factor against health 12,13,20,36 .…”

“…The recognition of the importance of living together in society for the health of the individual in the aging process has been highlighted in several studies and indicated that social participation (social sharing of individual resources through active involvement in collective social actions such as religious activities, hobby clubs, sports groups, cultural and political events) and maintaining interpersonal relationships are social determinants of physical and emotional health among older people [6][7][8][9][10][11][12] , key indicators of successful aging 13,14 and predictor of mortality (all-cause and cause-specific) 15,16 . Strong social support networks and high levels of community life engagement are protective factors for maintaining good health and quality of life and have been shown to have a positive effect on various health indicators and wide-ranging benefits for active aging and the well-being of elderly people [6][7][8][9][10]14,[17][18][19][20] .…”

“…Self-assessment of overall health status (SAH) is one of the most widely used indicators for measuring the health status of elderly people and social participation in community life 4,[6][7][8][9][11][12][13][14][15][16][17][18][19][20] . This indicator reveals the integrated and sub-jective perceptions of the elderly in relation to their health 6,2,22,23 , is an independent and strong predictor of morbidity and mortality 22,23 and a multifactorial marker of quality of life 22 .…”

A política de promoção da saúde para a população idosa na perspectiva de trabalhadores da saúde

“…Corroborando aos achados desse estudo, as ações voltadas para a população idosa, segundo Gontijo et al 31 , devem ser estendidas para além do campo específi co de atuação da saúde, direcionando-se também para as características sociais que, de maneira direta, contribuem para a promoção de melhores condições de vida. Para Carvalho 3 , as redes de apoio sociais e comunitária são consideradas indispensáveis para a saúde.…”