INTRODUÇÃODurante o tempo em que fui enfermeira em unidade de pediatria, vi muitas crianças tristes, chorando e chamando insistentemente pela mãe. Algumas pareciam acalmar-se após algum tempo e outras permaneciam assim até o final da internação. Sentia pena delas, procurava acalmá-las, o que muitas vezes não conseguia; porém, eu nem sempre entendia o que estava acontecendo com elas e nem mesmo a intensidade de seu sofrimento. Em algumas situações chegava a ficar irritada com a criança que chorava tanto, e também comigo, por não saber mais o que fazer para ajudá-la.Mais recentemente, já como docente de enfermagem pediátrica da Escola de Enfermagem da USP, ao realizar o teste piloto de um trabalho de pesquisa, tive contato com duas crianças hospitalizadas recém-admitidas. Uma eu apenas observei e com a outra interagi, aplicando a técni-ca de entrevista com brincadeira, para auxiliá-la em sua adaptação ao hospital.O que vou contar a seguir é o que aconteceu às crianças e o que aconteceu comigo após essas duas experiências.