Trabalho e família de trabalhadoras domésticas em tempos de pandemia

Abstract

Este artigo discute a intersecção de raça, gênero e classe na produção das desigualdades vividas por trabalhadoras domésticas no Brasil e como essas desigualdades se acirram em contexto de crise pandêmica. Com base em uma análise de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) e de entrevistas com trabalhadoras domésticas na região metropolitana de Goiânia, examinamos as desigualdades na relação trabalho e família, considerando aspectos relacionados às condições de trabalho, aos usos do tempo e aos arranjos domésticos. Os resultados indicam que a pandemia, precedida e intensificada por um duro contexto de recessão econômica e de ampliação de políticas de flexibilização dos direitos trabalhistas, acentuou desigualdades historicamente estruturantes da ocupação. Esses elementos incidem sobre o cotidiano das trabalhadoras domésticas, reorganizando os arranjos domésticos e suas vivências temporais.

Essential yet excluded: COVID‐19 and the decent work deficit among domestic workers in Brazil

“…According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), 6 one in four domestic workers lost their job in 2020, making domestic work the second worst-hit sector of activity after hospitality. Other studies offer reflections on structural racism and the underlying factors that may explain the greater vulnerabilities of domestic workers, in particular, the lack of recognition of domestic work as work, making workers less "valuable" (Rocha 2021;Pizzinga 2021;Valeriano and Dias Tosta 2021;Garcia Castro and Monteiro Lourenço 2020). However, these studies provide little empirical data and mostly tend to discuss IBGE results.…”

Trabajo esencial pero excluido: crisis de la COVID‐19 y precariedad del trabajo doméstico en el Brasil

“…Según el IBGE, uno de cada cuatro trabajadores domésticos perdió el empleo en 2020, lo que sitúa al sector en la segunda posición entre las actividades más afectadas, después de la hostelería. Algunos autores han investigado el racismo estructural y los factores subyacentes que podrían explicar la vulnerabilidad de las personas dedicadas al trabajo doméstico, en particular, la falta de reconocimiento de sus servicios como trabajo, lo que los devalúa (Rocha 2021;Teixeira 2021;Pizzinga 2021;Valeriano y Dias Tosta 2021;Garcia Castro y Monteiro Lourenço 2020). Sin embargo, esos estudios son, en general, reflexiones teóricas que aportan pocos datos empíricos y se limitan a examinar los resultados del IBGE.…”

Essentiel mais exclu: le COVID‐19 et le déficit de travail décent parmi les travailleurs domestiques au Brésil

“…Selon l'institut brésilien de géographie et de statistique (IBGE) 6 , un travailleur domestique sur quatre a perdu son emploi en 2020, faisant du travail domestique le deuxième secteur d'activité le plus touché après l'hôtellerie. D'autres études proposent des réflexions sur le racisme structurel et les facteurs sous-jacents qui peuvent expliquer les plus grandes vulnérabilités des travailleurs domestiques, en particulier le manque de reconnaissance du travail domestique en tant que travail, ce qui rend les travailleurs moins «précieux» (Rocha, 2021; Teixeira, 2021;Pizzinga, 2021;Valeriano et Dias Tosta, 2021;Garcia Castro et Monteiro Lourenço, 2020). Cependant, ces études fournissent peu de données empiriques et tendent principalement à discuter des résultats de l'IBGE.…”