Bancos na favela: relações entre agências bancárias e moradores de uma região urbana alvo de políticas de “pacificação”.

Abstract

IntroduçãoApesar de ser um fenômeno de escopo global, os processos que promovem a financeirização da vida social são múltiplos e bastante diversos no que diz respeito aos agentes responsáveis por sua formulação e implantação, bem como em relação às dinâmicas e os efeitos por eles desencadeados em diferentes contextos nacionais e locais.No Brasil, o governo tem desempenhado o papel de promotor desses processos, ao desenvolver políticas sintonizadas com o referencial teórico-metodológico do Banco Mundial, instituição que propõe que a chamada "inclusão financeira" seja considerada critério importante na avaliação do desempenho dos países em relação ao grau de inclusão social (Sen, 2000; Kumar, 2004)

Entre Cuidado e Exploração. Quando a Dívida Entra nas Relações de Família e Vizinhança num Bairro Periférico

“…Sem focar em dívidas, a etnografia de uma favela carioca realizada por Motta (2014) também mostra o uso do dinheiro em relação a cuidar da família e como isso envolve interdependência e relações assimétricas. Da mesma forma, as pesquisas de Müller (2017) e Badue e Ribeiro (2018) do Sul e Sudeste do Brasil mostram o sentimento de obrigação das mulheres de famílias de baixa renda para ajudarem parentes e correrem o risco de se endividar para cuidar dos outros. Este artigo explora tais interdependências que se dão à medida que mulheres enfrentam dificuldades decorrentes de dívidas pendentes, dentro do lar e entre lares.…”

“…A expansão do crédito para a população de baixa renda nos anos de progresso socioeconômico fez parte da política de "inclusão financeira" como ferramenta para a redução da pobreza (Banco Central do Brasil 2012; Barone e Sader 2008) e destinada a melhorar o acesso a serviços bancários, produtos financeiros e modalidades de crédito para pessoas de baixa renda, para as quais esse acesso era limitado (Nakane e Rocha 2012;Müller 2017). O lançamento e a ampliação do Bolsa Família, o programa social de transferência de renda, também facilitou a inclusão no sistema bancário e financeiração (Levinas 2017).…”

El dinero: organizador social de la ciudad de Pichari

“…Por otro lado, las investigaciones que se han centrado en el estudio del dinero en manos de aquellos considerados como pobres o excluidos (Zelizer, 2011). En Latinoamérica, los cambios que ha generado la globalización económica, así como los procesos de exclusión y segregación han llevado a algunos sociólogos a seguir la pista del dinero para explorar las complejas relaciones sociales que se tejen en los márgenes de las ciudades latinoamericanas, entre aquellos que se denomina popularmente "pobres", desvelando lo que se encuentra detrás del concepto de marginalidad (Muller, 2009;Wilkis, 2010;Barros;Ossandón, 2012;Damatta;Soarez, 1999;Figueiro, 2012;Müller, 2017;Villarreal, 2009;Wilkis, 2009Wilkis, , 2013. En su exploración de las villas de la periferia bonaerense, Wilkis nos invita a observar a través de sus etnografías las jerarquías morales y tensiones sociales que se construyen por y a través del dinero.…”

Public Banks and Access to Conditional Cash Transfer Programs

“…Kumar et al (2006) documents the regulation of banking correspondents in Brazil and Assunção (2013) uses an entry model to show that this reform drastically reduced costs for operation in new markets, allowing banking coverage to increase in the 2000s decade (Banco Central do Brasil (2010)). Müller (2017) evaluates the impact of banking correspondents in urban areas, particularly in Brazilian slums, and relates financial inclusion to reduced violence. Coelho et al (2012) studies another factor contributing to banking expansion in Brazil: the payroll experiment of 2003.…”