.. APRESENTAÇAOE ste livro apresenta ao leitor de língua portuguesa, pela primeira vez e na íntegra, alguns dos mais importantes tratados recolhidos sob o nome de Hipócrates na coleção de textos gregos a que chamamos Corpus hippocraticum. Traços e marcas importantes de conceitos e preceitos desenvolvidos há mais de dois milênios pelos autores dos textos têm presença, até hoje, na prática médica ocidental. Os tratados escolhidos durante a organização deste livro, em especial, apresentam uma quantidade considerável de conceitos relevantes.A parte inicial do livro contém uma apresentação do Corpus hippocraticum, com uma breve discussão sobre seu conteúdo e os diversos problemas que o envolvem, e uma biografia crítica de Hipócrates de Cós, o pai da medicina, a quem os antigos atribuíram a autoria de todos os tratados do Corpus. Em seguida, o leitor encontrará os tratados selecionados em tradução e no original, divididos em dois grupos.O primeiro grupo contém três textos que consideramos fundamentais para a compreensão da importância da medicina hipocrática como referência para várias áreas do saber, especialmente para a história, para a filosofia e para a antropologia. Esta parte do volume é integrada pelos seguintes tratados: Da doença sagrada, estudo sobre a etiologia mórbida imanente aplicado a doenças convulsivas;Ares, águas e lugares, texto acerca da relação entre o meio e a saúde, e entre cultura e natureza; e Da natureza do homem, texto que disserta sobre a teoria dos quatro humores.O segundo grupo contém os tratados deontológicos, que estabeleceram os alicerces práticos da ética médica: o famoso Juramento de Hipócrates, com uma análise contextualizadora, a Lei, Do médico, Do decoro e Preceitos. Esses tratados testemunham o comportamento dos médicos antigos segundo uma ética cujos ecos ainda reverberam intensamente. Não se trata, naturalmente, da ética cristã, nem tampouco da ética aristotélica; os comportamentos dos médicos gregos eram sobretudo harmônicos com o entorno cultural onde a arte médica floresceu com inigualável pujança e delegou à tékhne, de forma definitiva, a interferência da cultura sobre a natureza, com o fim específico de harmonizar essas duas dimen-TEXTOS HIPOCRÁTlCOS sões da vida humana. A mediação da tékhne é a marca da medicina, é sua maior fortuna e, como disse Littré, a "ciência remonta a essa origem, e permanece nela". A segunda parte do livro convida também o leitor para um mergulho no universo da prática médica antiga. À medida que as questões dos procedimentos técnicos, da formação médica, das relações humanas são expostas pelos tratadistas, desvelam-se aspectos inusitados -e cheios de contradições internas -dos primórdios do pensamento e da deontologia da medicina.Para as traduções, utilizamos o texto grego estabelecido pelas edições indicadas na bibliografia, sempre em cotejo. Julgamos, todavia, que a tradução do tratado Da doença sagrada merecia alguns esclarecimentos, fornecidos em nota preliminar. As notas explicativas, relativamente abundantes, destinam-se sobretudo ao esclar...
<div class="page" title="Page 57"><div class="layoutArea"><div class="column"><p><span>O texto da <em>Ifigênia em Áulis</em>, tragédia de Eurípides encenada pela primeira vez em 405 a.C., juntamente com <em>Bacchae</em> e <em>Alcmeon</em>, chegou até nós com inegáveis sinais de adulteração e de interpolações. No presente trabalho são discutidos os elementos mais importantes para a moderna abordagem do texto legado pela tradição medieval e para a identificação das passagens que podem ser atribuídas a Eurípides ou aos retractatores da <em>Ifigênia em Áulis</em>. </span></p><div class="page" title="Page 1"><div class="layoutArea"><div class="column"><p><strong>The authors of Euripides’ Iphigenia at Aulis </strong></p><p><span><strong>Abstract</strong> </span></p><p><span> The text of Iphigenia at Aulis</span><span>, Euripides’ tragedy staged for the first time in 405 a.C. t</span><span>o- gether with Bacchae and Alcmeon, reached us with undeniable signs of adulteration and interpolations. This work presents and discuss the most important elements for a modern approach of the text received from medieval tradition and for identification of passages that can be ascribed to Euripides or to Iphigenia in Aulis retractatores. </span></p><p><span><strong>Keywords:</strong> Iphigenia at Aulis; Euripides; Greek tragedy; manuscripts </span></p></div></div></div><p><span><br /></span></p></div></div></div>
Resumo: Busíris é um dos dramas satíricos de Eurípides, incompleto e de data incerta. Este artigo contém um panorama dos mitos sobre Héracles e Busíris e sua iconografia; a tradução dos testemunhos e fragmentos conhecidos; e uma reconstrução conjetural do drama satírico, baseada nos escassos dados disponíveis. Palavras-chave: Busíris; Héracles; Eurípides; drama grego; drama satírico; fragmentos Abstract: Busiris is one of Euripides incomplete satyr plays and its date is uncertain. This paper contains an overview of myths on Busiris and Heracles, his iconography, a Portuguese translation of testimonia and known fragments, and a conjectural reconstruction of the satyr play, based on scanty available data.
O drama satírico Ônfale, de Íon de Quios (c. 484-422 a.C.), é uma das poucas representações dramáticas gregas do mítico relacionamento amoroso de Héracles com a rainha lídia Ônfale. Esta publicação contém um sumário das fontes escritas e iconográficas do mito, sua influência no drama antigo, a tradução portuguesa dos 19 fragmentos de Ônfale (dois deles podem ser parte de antigo argumento do drama satírico) e uma reconstrução conjetural do drama.
RESUMO: Nas tragédias de Eurípides com plano e fuga (i.e. Medeia, Ifi gênia em Táuris, Helena e Orestes), enganos são preparados e executados em cena pelos personagens como performances dentro da própria performance trágica. A análise dos principais elementos dessas enganosas cenas sugere que o planejamento, os recursos retóricos e a atuação dos atores equiparam o enganador a um diretor-encenador que atua em sua própria peça, enquanto o papel do enganado pode ser melhor descrito como o de uma audiência moderna que, ao contrário da plateia grega, em geral não faz ideia do que está realmente acontecendo naquele momento. Passagens típicas da Medeia e da Helena são discutidas no artigo. PALAVRAS-CHAVE:Eurípides; tragédia; engano; teatro grego; Medeia; Helena; encenação; performance; metateatro. DECEPTION IN STAGE: MEDEA AND HELEN, TWO ESCAPE-TRAGEDIES FROM EURIPIDESABSTRACT: In Euripides' escape-tragedies with plan and escape (i.e. Medea, Iphigenia among the Taurians, Helen and Orestes), deceptions are prepared and executed in stage by the characters of the play as performances within the tragic performance itself. The analysis of main elements of these deceitful scenes suggests that planning, rhetorical resources and acting equals the deceiver to a staging director who acts in his own play, while the role of the deceived can be best described as a modern audience that, unlike Greek audience, usually have no idea about what is really going on. Typical passages of Medea and Helen are discussed in this paper.
O objetivo deste artigo é, primeiro, avaliar os elementos do mito de Epeu que Eurípides pode ter utilizado para o enredo do drama homônimo; segundo, traduzir e comentar brevemente a única possível fonte desse misterioso drama, perdido possivelmente antes de ser preservado na Biblioteca de Alexandria; e, finalmente, discutir a possibilidade de se tratar de um dos poucos dramas satíricos criados por Eurípides durante a segunda metade do século V a.C.
Esfinge, drama satírico de Ésquilo representado em 467 a.C. depois de Sete contra Tebas, chegou até nossos dias em estado fragmentário. O objetivo do presente artigo é apresentar a tradução para o português brasileiro dos fragmentos remanescentes e uma reconstrução conjetural do drama, baseada no mito de Édipo e da esfinge, em cenas de vasos gregos e nos fragmentos.
Este artigo apresenta um panorama da recepção das tragédias fragmentárias de Eurípides durante os séculos V e IV a.C. e de sua contribuição para nossos conhecimentos sobre os enredos. Aspectos selecionados das performances, reapresentações e influências das tragédias Andrômeda, Cresfonte, Éolo, Erecteu, Hipsípile,Télefoe Teseuem poetas trágicos, poetas cômicos, decoradores de vasos e comentadores antigos são brevemente discutidos.
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