O presente estudo se dedica a analisar a história de vida e de relacionamento amoroso de adolescentes em medida socioeducativa de internação que foram apreendidas com seus parceiros, a fim de compreender aspectos e eventos que ocasionariam risco ao cometimento de um ato infracional. Realizou-se estudo de casos múltiplos com três adolescentes que foram apreendidas junto com parceiro amoroso. Os dados foram coletados por meio de entrevista narrativa e analisados fazendo-se uso da análise temática. A análise dos dados privilegiou uma leitura desenvolvimental do fenômeno a partir dos pressupostos da Teoria do Apego. O principal achado refere-se à importância da fuga do lar na determinação do risco para o envolvimento com atos infracionais com parceiro amoroso, pois ensejou o enfraquecimento dos vínculos com as figuras parentais e com a escolarização. A transição para adolescência, o comportamento de risco, a atração por parceiro envolvido com ilicitude e a influência do parceiro se relacionaram com a fuga do lar, motivando-a ou dando contexto para sua manutenção. O fortalecimento das políticas públicas em prol da proteção a crianças e adolescentes figura como fundamental para a prevenção de comportamentos de risco e envolvimento com atos infracionais.
O presente artigo se propõe a analisar a prevenção da violência em relacionamento íntimo como meio de garantia de acesso a direitos sexuais e reprodutivos pelo público feminino na política pública de socioeducação. Para isso, desenvolve-se um resgate de marcos legais e evidências científicas relevantes que podem embasar o desenvolvimento das respectivas propostas de intervenções preventivas. Observa-se que o diálogo entre a ciência da prevenção e a política pública de socioeducação é profícuo para pensar a garantia de acesso a direitos sexuais e reprodutivos, pois destaca-se a necessidade de romper com práticas violadoras baseadas em aspectos culturais (cultura patriarcal, adultocentrismo e heteronormatividade). Portanto, compreende-se que as reflexões presentes no texto podem promover avanços no alcance de acesso a viver a própria sexualidade sem sofrer violências ao analisar novas alternativas para sua garantia.
A presente pesquisa teve por objetivo compreender como se manifesta a violência em relacionamentos amorosos de adolescentes do sexo feminino no contexto de internação socioeducativa. A pesquisa foi realizada tendo a inserção ecológica como método. O pesquisador realizou 32 visitas a uma unidade de internação mista, com média de 3h por visita. Considerou-se participante da pesquisa 25 pessoas (14 adolescentes e 11 servidoras). Os dados foram analisados por meio da análise temática e apontaram para a presença da violência em relacionamentos amorosos das adolescentes, tanto atuais como pregressos. A violência cumpre várias funções no relacionamento amoroso e afeta o desenvolvimento de competências psicossociais. A unidade não dispunha de intervenção que abordasse prevenção à violência no namoro, apesar de relacionamentos amorosos aparecerem como um componente do projeto de vida. É fundamental a compreensão das múltiplas violências as quais o público feminino está submetido para qualificação do atendimento socioeducativo.
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