GOMES, Flávio dos Santos. Mocambos e Quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil. São Paulo: Ed. Claro Enigma, 2015
As comunidades quilombolas têm sido alvo de uma série de estudos nos últimos anos, particularmente a partir dos anos 1990. Data desse período também a ampliação da quantidade de pedidos de certificação de comunidades rurais e urbanas como remanescentes de quilombos. Junto a esse processo, diferentes vertentes teóricas sobre os quilombolas vem sendo empregadas desde então e têm gerado variadas interpretações sobre o ser quilombola. Neste artigo, de caráter bibliográfico, pontuamos alguns elementos teórico-conceituais que nos auxiliam a compreender os sujeitos sociais pertencentes a essas comunidades por nós considerada, tomando como base as formulações de Barth (1969) como um grupo étnico.
Sudoeste da Bahia-UESB, pesquisa comunidades quilombolas, criança e relações étnico-raciais. ** Professor Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Doutor em educação pela UNICAMP e coordenador do Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Ensino na UESB. Flávio dos Santos Gomes é doutor em história, professor dos programas de pós-graduação em arqueologia (Museu Nacional/UFRJ) e em história comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Publicou livros, coletâneas e artigos em revistas nacionais e internacionais com os temas Brasil colonial e pós-colonial, escravidão, Amazônia, fronteiras e campesinato.
O século XX foi cenário de transformações políticas, econômicas e social em todo o planeta. Essas mudanças culminaram na fragmentação e dissipação das culturas no âmbito do multiculturalismo e a multipolarização do mundo. Isto surge na contramão do imperialismo bipolar eurocêntrico até então vigente. As mudanças emergentes muito têm a ver com a descolonização da África e Ásia, seguido da migração e diáspora destes povos após a Segunda Guerra Mundial. Este fato resultou em mudanças drásticas no cenário internacional e ficou conhecido como período pós-colonial. Tais acontecimentos propiciaram produções teóricas voltadas para o novo contexto e análises críticas ao velho modelo colonial. Isto tomou forma dando origem a nova corrente teórica, o Pós-colonialisimo. Para os teóricos dessa corrente, o Pós-colonialismo propõe descolonizar o pensamento a partir da crítica ao modelo imperialista eurocentrado numa nova concepção de produção epistemológica do Sul para O sul. Nesse sentido, o Pós-colonialismo, ao considerar como relevante os saberes subalternos, contribui para problematizarmos a hierarquização de saberes presentes no currículo escolar, tanto o prescrito quanto o praticado. O estudo da História e Cultura Afro-brasileira e indígena na escola ainda tem se constituído como um desafio, pois as Leis 10.639/03 e 11.645/08 questionam a lógica hegemônica de uma cultura comum e impõem a necessidade de questionamento das práticas pedagógicas e curriculares que silenciam saberes de diferentes grupos presentes no interior da escola. Este artigo aborda as discussões acerca das possibilidades trazidas pelas teorias pós-coloniais para pensarmos a educação das relações étnico-raciais e a educação escolar indígena. Tomamos como base, para isso, as contribuições de Boaventura Santos, Anibal Quijano, Catherine Waslh, Vera Candau. Procuramos apontar de que maneira essas teorias contribuem para a pesquisa em currículo e a diversidade étnica, tal como proposto pelas Leis 10639/03 e 11645/08.
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