Os determinantes sociais do processo saúde-doença e o desafio da integralidade do cuidado levaram a Organização Mundial da Saúde a propor as Medicinas Alternativas e Complementares para comporem as políticas de saúde. No Brasil, em 2006 foi publicada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC); ferramenta para a institucionalização da homeopatia no Sistema Único de Saúde (SUS). Este trabalho analisa o conhecimento dos gestores da saúde de municípios de São Paulo sobre a PNPIC e sua influência na atenção em homeopatia. Em 2008 foram identificados no Datasus os municípios que realizaram consultas homeopáticas entre 2000-2007, os gestores foram entrevistados e os resultados analisados quanti-qualitativamente: dos 645 municípios, 47 ofertaram homeopatia e com 42 foram realizadas entrevistas. Desses, 26% conhecem a PNPIC, 31% a conhecem pouco e 41% a desconhecem. Destaca-se que aqueles conhecedores afirmaram utilizar a PNPIC para: instruir o governo municipal sobre a homeopatia; a construção de legislação própria e o incremento dos serviços homeopáticos. Conclui-se que a PNPIC é desconhecida pelos gestores da saúde e aqueles que a conhecem utilizam-na para tornar conhecida a racionalidade médica homeopática e justificar sua indicação no SUS.
Introdução: O desafio da integralidade na atenção à saúde, como configuração funcional e estrutural do cuidado, levou a Organização Mundial da Saúde a propor a incorporação das Medicinas Tradicionais e Medicinas Alternativas e Complementares para comporem a atenção à saúde, principalmente para os países em desenvolvimento. No Brasil, a oferta de práticas não ortodoxas nos serviços de atenção básica não é recente, mas em maio de 2006 foi publicada a Portaria nº 971 que propõe diretrizes para a incorporação das Práticas Integrativas e Complementares, sobretudo no nível primário. Este trabalho tem como objetivo analisar os fatores facilitadores e dificultadores da implementação da homeopatia no Sistema Único de Saúde dos municípios de São Paulo. Metodologia: Em 2008 foram identificados no DATASUS os municípios que ofereceram consultas homeopáticas de 2000-2007; estes dados foram analisados quantitativamente e, desencadearam questionamentos que foram utilizados para entrevistas com os gestores dos municípios, cujos resultados foram trabalhados quantiqualitativamente para a análise. Resultados: Dos 645 municípios de São Paulo, 47 ofertaram homeopatia e os gestores de 42 foram entrevistados. Estas últimas entrevistas indicaram que os fatores facilitadores estão relacionados à presença de médicos homeopatas no serviço; à adesão e disponibilidade do gestor em desenvolver a homeopatia; haver demanda de usuários perceptivos para a homeopatia; à ação dos Conselhos de Saúde; haver serviços de referência capazes de acolher a terapêutica homeopática e o baixo custo dos medicamentos homeopáticos. E, os dificultadores, com empecilhos como falta de estudos para a orientação dos gestores para a contratação de médicos homeopatas; a questões relacionadas à aquisição dos medicamentos; à priorização de outras especialidades médicas; ao desconhecimento da racionalidade médica homeopática; e preconceitos e dificuldades na implantação daquilo que é novo. Conclusão: os fatores facilitadores estão subsumidos às dificuldades apresentadas.
Este estudo focaliza a formação do médico homeopata com uma das ações desenvolvidas para humanizar a prática médica. No Brasil, essa ação aconteceu fora das Instituições de Ensino Superior (IES) até 2003, quando foi implantado o curso de especialização em homeopatia na Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), com prática pedagógica e atendimento aos usuários de Saúde Pública. O objetivo do trabalho foi avaliar a formação do médico homeopático na FMJ e as percepções de usuários, profissionais de saúde, professores e tutores do curso, e congregação da faculdade, sobre a homeopatia e o curso. O estudo, de natureza qualitativa, utilizou entrevistas, técnica de grupo focal e questionários. Três categorias analíticas emergiram dos dados: a) conhecimento do referencial em homeopatia; b) homeopatia como o novo paradigma de ensino e assistência em saúde pública; c) estrutura geral do curso. Concluiu-se pela viabilidade do ensino de homeopatia em IES com prática pedagógica clínica orientada à saúde pública.
Diante das mudanças curriculares do ensino médico e da importância da promoção de saúde e da atenção primária, este trabalho, fruto do PET-Saúde, possui como objetivo relatar uma experiência dos alunos do curso de Medicina e Enfermagem na integração entre ensino e serviço na Atenção Básica à Saúde. Além disso, mostra a importância do trabalho educativo na promoção de saúde e prevenção de doenças e evidencia os determinantes sociais no processo saúde-doença no território estudado. Este projeto foi dividido em duas fases: a primeira constou do cadastramento familiar do território adstrito à Unidade Saúde da Família do bairro utilizado como campo de ensino pela FMJ. A segunda trata da análise quanti-qualitativa realizada a partir dos dados colhidos, por meio dos quais foram elaboradas ações com foco na saúde da criança, saúde da mulher e saúde do adulto/idoso. Este artigo destaca as realizações na área de saúde da criança sobre os seguintes temas: acidentes na infância; aleitamento materno; obesidade; doenças respiratórias; anemia; e verminoses.
References1 Rutten ALB, Stolper CF, Lugten RFG, Barthels RWJM. A Bayesian perspective on the reliability of homeopathic repertories. Homeopathy 2006; 95: 88-93. 2 Rutten ALB. Bayesian homeopathy: talking normal again. Homeopathy 2007; 96: 120-124. 3 Davidson J, Fisher P, van Haselen R, Woodbury M, Connor K. Do constitutional types really exist? A further study using grade of membership analysis. Homeopathy 2001; 90: 138-147. 4 Dantas F, et al. A systematic review of the quality of the homeopathic pathogenetic trials published from 1945 to 1995.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.