A linguagem é livre. Essencial é a comunicação. Quando se sabe disso, os conceitos de "certo" e "errado" são substituídos pelos conceitos de escolhas verbais -entre todas as formas existentes da língua, em suas variedades de linguagem popular e culta -"adequadas" e "não-adequadas". Mesmo os termos mais chulos calham em situações emotivas extremas.Para exercício desta liberdade de linguagem, precisa-se de conhecer o patrimônio do idioma. É mister saber que as transformações pelas quais uma língua passa determinam-se pelos seus usuários, seus verdadeiros autores, pelas necessidades culturais e históricas de uso. Mais ainda, que o atingimento das metas de comunicação daquela situação específica -a efetividade do que se vai falar ou escrever -tem de guiar nossas decisões gramaticais.Quando se trata de linguagem científica, por sua seriedade e sua rigorosidade, convém ter domínio do padrão gramatical culto, normativo, descrito e organizado, ao longo de séculos, pelos profissionais de Letras. A linguagem científica formal tem características próprias, apregoadas -em todos os tempos -por bons orientadores médi-cos, exemplificados nos excertos que se seguem:Se a precisão da linguagem é necessária a todos, ela é imprescindível aos pesquisadores e cientistas, já que a imprecisão é incompatível com a ciência 1 . A idade de um erro não lhe confere exatidão, e desconhecer e teimar em usar termos impróprios não é sinal de independência e nacionalidade, mas de pura ignorância afirmou Hélio Wernech 2 . Palavras homógrafas com significados diferentes devem ser evitadas na linguagem científica. O ideal é que cada coisa seja designada por um só termo e que cada termo designe uma só coisa 3 . Creio que já é tempo de os professores das nossas faculdades de medicina interessarem-se pela terminologia. Sou mesmo de parecer que, nos concursos, mesmo os de livre docência, dever-se-ia fazer questão cerrada da uniformidade e do rigor terminológico. De fato, é claro que quem se propõe a ensinar deve saber rigorosamente o que vai ensinar e, se não lhe conhecer o nome aos elementos das ciências que se propõe a lecionar, como poderá fazê-lo cabalmente? 4 Na linguagem científica, o ideal é nunca usar duas palavras para exprimir a mesma coisa, nem dar o mesmo nome a duas coisas diferentes (Sir Thomas Clifford Albert, 1836-1925.Tendo em vista o que se leu e outras tantas considerações de igual teor, comentam-se os a seguir alguns termos que, embora muito freqüentes na linguagem médi-ca, ensejam controvérsias quanto a seu uso em padrão formal, mesmo no âmbito médico. Pode ser opção mais vantajosa, mais efetiva, escolher usos sobre os quais não pesem questionamentos ou sobre os quais haja menor possibilidade de questionamentos, o que é possível em quase todos os casos.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.