Resumo: o presente artigo discute os dados da pesquisa realizada em 2008, no complexo de favelas de Manguinhos, no Município do Rio de Janeiro, sobre os itinerários terapêuticos da população local. Compreendemos por itinerários terapêuticos os caminhos percorridos pelo indivíduo na busca de solução para os seus problemas de saúde. Buscamos identificar até que ponto esses percursos são ordenados por esquemas simbólicos ou pela disponibilidade dos recursos. o método utilizado foi o qualitativo centrado na técnica de entrevistas semidiretivas seguindo um roteiro etnográfico. Foram entrevistados em média três moradores de cada comunidade de Manguinhos, perfazendo um total de 26 entrevistas. nos resultados da pesquisa, observamos que a oferta de serviços é heterogeneamente distribuída, sendo ela mesma fator gerador de desigualdades na doença. as estratégias diversas revelam que os conhecimentos e práticas desses indivíduos são construídos de e por experiências diversas, em situações biográficas determinadas, e que não há um modelo único de itinerário terapêutico. as "maratonas" urbanas percorridas pela população local denunciam a urgência do estado em colocar em prática políticas mais justas com um acesso completo à assistência à saúde, garantindo assim o respeito aos direitos. Palavras-chave: itinerários terapêuticos; cura; religião; acesso à saúde; serviços de saúde.
Resumo Analisa dois cartazes que, com o mesmo slogan – “Manicômio nunca mais” –, divulgam o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Baseia-se em fundamentos da semiologia dos discursos sociais, articulando conceitos e práticas analíticas advindos da escola francesa e da vertente pragmática da análise de discursos. Seus resultados mostraram estratégias de afirmação do movimento pela qualificação e exacerbação dos sujeitos da enunciação e outros enunciadores – atores políticos do movimento antimanicomial e seus aliados – e desqualificação do discurso concorrente, principalmente pela evidenciação dos graves problemas de suas matrizes institucionais, mas também pela contraposição à presença positiva dos emissores e enunciadores dos cartazes.
Resumo O artigo objetiva compreender como as vozes que têm transformado as práticas e as concepções sobre a loucura organizaram seu discurso e disputaram sentidos nos espaços públicos, através da análise de materiais de divulgação do Movimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Mais especificamente, de cartazes da década de 1990, um dos momentos sócio-históricos discursivos estudados na tese “Movimentos Sociais em Saúde e Estratégias de Produção de Sentidos: no reclame da liberdade, o novo lugar da loucura”. Os cartazes foram analisados em seus discursos, procurando identificar, compreender e comparar os dispositivos de enunciação do material avaliado, tendo como contraponto sua dimensão temporal e geográfica. Os resultados mostram que os anos 1990 como um tempo de consolidação do movimento e das práticas antimanicomiais, sendo cultura, liberdade e cidadania os principais valores em torno dos quais se articulou a produção de sentidos naquele momento histórico.
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