De volta aos holofotes: militares e política na crise brasileira contemporâneaBack to the spotlight: the military and politics in Brazil´s contemporary crisis
Fez-se uma revisão bibliográfica sobre o tema das relações civis-militares e a adaptação dessas interpretações no Brasil. Classicamente, os teóricos das relações civis-militares compreendem 4 modelos básicos de relação civis-militares: o modelo aristocrático, o liberal, o comunista e o profissional. Sobre o caso brasileiro, há uma literatura que enfatiza o papel das Forças Armadas no período republicano, sobretudo após os anos 1930, como semelhante ao “Poder Moderador” desempenhado pelo Imperador, consagrado na constituição de 1824. Segundo essa análise, setores da sociedade e os militares – sobretudo o oficialato – entendem que seu papel é agir como força estabilizadora nacional em momentos de crise institucional, política, econômica e social, balizando o jogo democrático e o funcionamento do estado democrático de direito como garante da lei em última instância. Por outro lado, outra corrente critica essa interpretação apontando seus limites. Uma das críticas à interpretação “moderadora” é que ela escamoteia a tradição antidemocrática das Forças Armadas no Brasil, funcionando como instrumento de classe e como poder desestabilizador do sistema político. Espera-se contribuir com o campo ao refletir-se sobre as tradições teóricas do campo no Brasil e, ao mesmo tempo, propondo uma agenda de pesquisas sobre formas recentes de relação civis-militares no país.
O texto que se segue é uma revisão de literatura sobre a formação dos Estados Unidos como poder global no pós-II Guerra Mundial e sua hipotética perda de poder para a China. Para realizar o intento, fez-se uma revisão bibliográfica sobre os EUA e a composição e disputas sociais e políticas na segunda metade do século XX que tornou possível a constituição do arranjo de poder americano no início do século XXI. Os objetivos do trabalho são: elaborar uma leitura das obras recentes sobre o poder americano; compreender as disputas sociais internas e os modelos produtivos originados desse cenário que configuraram o cenário dos EUA no século XX; analisar o potencial de crítica e questionamento da ordem social e econômica vigente proposta pela China, sobretudo à luz de uma literatura de Relações Internacionais e Ciências Sociais; e sobretudo compreender o contexto social em que se insere o Brasil e o mundo já findos quase ¼ do século XXI. A metodologia utilizada foi a análise bibliográfica básica e os resultados apontam para uma relativa complexidade nas relações políticas, sociais, científicas e culturais que tornam difíceis a afirmação do fim do Império Americano. Embora haja uma reconfiguração do sistema global, acredita-se que os EUA ainda exercerão liderança e muito poder em várias áreas.
Este trabalho é uma resenha do livro "O Novo Conservadorismo Brasileiro", de Marina Basso Lacerda e publicado em 2019. Na obra, a autora faz uma análise quantitativa e qualitativa da atuação parlamentar dos deputados federais no 55º Legislativo, que começou em 2015 e terminou em 2018. O centro da argumentação da autora é investigar a hipótese da existência de uma aliança neoconservadora nos moldes do neoconservadorismo dos Estados Unidos da era Reagan. Portanto, ela se propõe a investigar a atuação parlamentar em temas como defesa da família tradicional e patriarcal, segurança pública e criminalidade, propostas neoliberais, questões de política externa e, sobretudo, temas de reprodução e sexualidade. Este último ponto seria o elemento distintivo da ação neoconservadora, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Marina Lacerda identifica um grupo de 50 deputados que são protagonistas nas questões familiares pró-tradicionais e também desempenham um papel ativo nas agendas punitivas, neoliberais e anticomunistas. De acordo com os testes estatísticos de frequências esperadas e frequências observadas (tabelas de convergência), foi possível verificar que as variáveis evangelismo, punitivismo, anticomunismo e neoliberalismo estão relacionadas. Em outras palavras, ser evangélico impacta positivamente a adesão a essas diretrizes. O trabalho busca demonstrar as conexões históricas entre evangelismo e conservadorismo nos Estados Unidos e também no Brasil, desde o contexto da Guerra Fria até a chegada do movimento evangélico por meio de rádios, "televangelistas", publicações de livros e a circulação de pastores e lideranças para formação. e para fins de capacitação. Os argumentos estudados no livro destacam a relação entre o neoliberalismo, a defesa do Estado Mínimo e a ênfase na família como ferramenta fundamental para a resolução dos problemas sociais. Nesse sentido, a diminuição das políticas sociais é contrastada com o aumento da importância da religião, da igreja e da família como instrumentos de solidariedade e enfrentamento das disfunções sociais. A ideologia privatista impacta de diferentes formas e aproxima as perspectivas neoliberais. Por fim, a autora consegue demonstrar o papel parlamentar da aliança neoconservadora brasileira, que se formou em um processo de médio prazo de resistência às transformações do status quo, especialmente a partir do enfrentamento das questões do aborto, dos direitos da comunidade LGBT e as questões de gênero. Ela recorre a um conjunto de discursos, entrevistas, propostas de lei, emendas constitucionais e até mesmo postagens em redes sociais para identificar a atuação dessa aliança neoconservadora. Além disso, a autora ainda analisa os discursos de Jair Bolsonaro enquanto deputado, um dos mais ativos na agenda neoconservadora, demonstrando que Bolsonaro não tinha esse perfil até 2011, quando inicia um processo de aproximação com a agenda neoconservadora. O texto é rico em detalhes e reconstrução histórica e sua leitura indispensável para a compreensão das transformações políticas contemporâneas no Brasil
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