Durante os anos de 1982 e 1983, foram realizados exames parasitológicos de fezes em 3.076 crianças de 0-6 anos, matriculadas em 52 creches mantidas pela Prefeitura do Município de Sáo Paulo e em 50 manipuladores de alimentos (funcionários da cozinha), relativos a 18 creches. Estudou-se a prevalência de infecção por Giardia lamblia conforme sexo e faixa etária do hospedeiro e sazonalidade da infecção. A giardíase foi mais freqüente nas faixas etárias compreendidas entre 1-4 anos. A prevalência média foi 32,8% entre as crianças e 4,0% entre os manipuladores de alimentos. O estudo da sazonalidade de infecção revelou ser a giardíase, em 1982, mais prevalente no Outono e Primavera; em 1983, as maiores prevalências ocorreram no Outono e Verão. Estudos estatísticos revelaram não haver associação entre sexo e prevalência de infecção, não ocorrendo também nenhuma diferença significativa entre as quatro regiões metropolitanas estudadas (p > 0,05). O modo mais provável de aquisição de G. lamblia nas creches estudadas foi através do contato inter-humano, uma vez que tanto os fatores ambientais, como outros, incriminados na veiculação da giardíase através da água em outros países, diferem dos encontrados em nosso Município. Os manipuladores de alimentos tiveram papel pouco expressivo como fonte de infecção, pois a prevalência de infecção nesses indivíduos foi de apenas 4,0%.
A doença meningocócica continua sendo uma importante causa de morbimortalidade em todo mundo. A Neisseria meningitides, um diplococo Gram-negativo, é responsável por incidências endêmicas e, periodicamente, por epidemias. Há nove sorogrupos diferentes de meningococo: A, B, C, D, X, Y, Z, 29-E e W-135. Os sorogrupos são, ainda, divididos em sorotipos. A identificação do sorogrupo é determinada por polissacárides celulares e a dos sorotipos, pela membrana proteica externa. Somente os sorogrupos A, B e C foram, até o presente, relacionados a epidemias.A incidência da doença meningocócica é maior no inverno; tanto a incidência, quanto a letalidade, são maiores quanto menor for a faixa etária.Há muitos anos existe uma ampla zona de incidência elevada de doença meningocócica na região sub-sahariana da África central, causada pelo meningococo do sorogrupo A. Mais recentemente, epidemias causadas por este agente foram identificadas no Nepal, Índia, Etiopia, Sudão e outros países africanos 1,2 . ResumoA doença meningocócica continua sendo fonte de preocupações em todo mundo. Epidemias são periodicamente registradas em países desenvolvidos ou não. Os meningococos de maior incidência são os pertencentes aos sorogrupos A, B e C.Desde a década de 40, investe-se no desenvolvimento de vacinas eficazes contra a doença. Atualmente, são disponíveis vacinas contra os menincocos dos sorogrupos A, C, Y e W-135. Estas vacinas tem limitações tanto em relação a faixa etária em que conferem proteção, como ao tempo de duração da proteção conferida. Por isso não são produtos eficientes para a erradicação ou mesmo para o controle eficaz da doença. Não são utilizadas de rotina em programas de vacinação. São indicadas apenas em situações de risco, o que exige vigilância epidemiológica rígida da doença.Não há vacinas comprovadamente eficazes contra os meningococos do sorogrupo B, embora, nas últimas décadas, várias tenham sido testadas.Há perspectivas de grandes avanços nesta área, principalmente com o desenvolvimento de vacinas conjugadas, à semelhança da vacina contra o Haemophilus influezae do tipo b.A quimioprofilaxia dos comunicantes íntimos de um caso é a principal arma para evitar a ocorrência de casos secundários.J. pediatr. (Rio J.). 1995; 71(2):62-66: doença meningocócica, vacinas anti-meningocócicas, quimioprofilaxia. AbstractThe meningococcal disease has been a source of preoccupation all over the world. Epidemics have been registered periodically in developed or developing countries. The most frequent meningococci are those concerned with serogroups A, B and C.Researches to develop effective vaccines against the disease have been taking place since the 40's. Presently, only vaccines against the meningococci from the serogroups A, C, Y and W-135 are avaiable. These vaccines have important limitations both due to the age range that they protect and the period of time that the protection lasts. They are not routinely used in vaccination programs and are indicated only in risc situations. This demands a strict epidemiological surveill...
ResumoObjetivo: Analisar a situação da raiva humana no Brasil e discutir a indicação e a escolha do esquema mais adequado do tratamento de prevenção da raiva humana, pós exposição, em função do tipo de acidente; do animal agressor; da situação da raiva na área geográfica; da possibilidade de observação ou de exame laboratorial do animal agressor; da disponibilidade de imunobioló-gicos.Métodos: Revisão bibliográfica dos últimos anos e análise das principais normas e informes oficiais de prevenção da raiva humana, incluindo Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, etc.Conclusões: O número de casos de raiva humana, no Brasil, vem diminuindo desde a década de 80, mas o número de tratamentos humanos pós-exposição prescritos é muito alto em decorrência de programas inadequados de controle da raiva animal, principalmente em cães e gatos. A vacina mais utilizada no país é à FuenzalidaPalácios. Outras vacinas mais modernas, seguras e mais caras são disponíveis somente em clínicas particulares ou, nos programas de saúde pública, apenas para situações especiais (imunodeprimidos, pacientes com reações graves a Fuenzalida-Palácios, etc.). O outro imunobiológico utilizado na prevenção da raiva é o soro anti-rábico de origem animal; atualmente é um produto seguro. A opção ao soro anti-rábico é a imunoglogulina humana anti-rábica, produto caro e pouco disponível mundialmente. No Brasil, vem sendo indicada apenas quando há risco para o paciente de reação anafilática ao soro.J. pediatr. (Rio J.). 1999; 75 (Supl.1): S135-S148: raiva, vacina anti-rábica, soro anti-rábico, imunoglobulina humana anti-rábica. AbstractObjective: To analyze the rabies situation in Brazil, and to study the indication and the most adequate postexposure therapy for human rabies prophylaxis according to the following factors: kind of accident; animal that causes the accident; rabies situation in the geographic area; possibility of observation or laboratorial analyses of the animal; availability of immunobiologics Methods: Bibliographic review of the last years and analyses of the main technical official reports in the world, including those from the World Health Organization, from Brazil Health Ministry, the State Department of Health of São Paulo, and so on.Conclusions: The number of cases of human rabies in Brazil has been decreasing since the eighties; however the number of post exposure therapy is very high due to the inadequate program of rabies control in animals, mainly dogs and cats. The most common vaccine used is the Fuenzalida-Palácios. More modern and safe vaccines are only available in private clinics. In public health centers, it is available exclusively for special patients like the immunodeficient ones or those who present adverse reaction to the Fuenzalida-Palácios. The other drug used in preventive therapy is the equine rabies immunoglobulin which is presently a safe product. The option to this drug is the human rabies immunoglobulin -very expensive and not easily available. T...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.