O objetivo deste texto é reconstituir o debate em torno do ensino primário rural no Estado de São Paulo, examinando as representações dos educadores veiculadas na imprensa periódica educacional e as iniciativas políticas empreendidas pelo poder público. A análise recai, em primeiro lugar, nos problemas e soluções para o ensino primário rural aventado por diferentes educadores. Em seguida, examinamos as concepções contrastantes dos defensores da ruralização do ensino e dos partidários da escola comum. Na sequência, ressaltamos as discussões sobre a formação dos professores primários rurais e, por último, analisamos as iniciativas levadas a termo pelos governos do Estado de São Paulo para a educação primária rural no período delimitado para este estudo.
s estudos históricos acerca da educação primária, realizados nos últimos anos no Brasil, têm posto em relevo a importância da escola rural no processo de escolarização da infância durante o século 20. Apesar do descaso dos poderes públicos, da ausência de edifícios para escola e moradia dos professores, das condições adversas para o provimento e o trabalho docente, a infrequência contumaz dos alunos, o abandono escolar pelo trabalho na lavoura e a penúria material, a escola rural, localizada nos mais diversos e longínquos rincões do país, foi responsável pela alfabetização e disseminação de códigos culturais e de valores da nacionalidade para milhares de crianças no país. A expansão do ensino primário rural ocorreu de forma significativa no Brasil no período de 1930 e 1970, quando foram implantadas políticas de escolarização no campo para construção de escolas e melhoria da educação na zona rural, resultado de acordos entre o governo federal e os Estados, com base no Fundo Nacional do Ensino Primário, por intermédio do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos-Inep. Em meados dos anos 1930, por exemplo, 77,04% da população vivia na zona rural, contra 22,96% na zona urbana 1. Dos 759.424 alunos matriculados nas 18.420 escolas primárias rurais, 592.869 as frequentavam regularmente. A diferença entre matrícula e frequência correspondia a 167.073 alunos-dados relativos aos anos de 1935 a 1937. 2 No início dos anos 1950, com uma população ainda predominantemente rural, mais de 70% da população adulta da zona rural não sabia ler nem escrever. Segundo os dados Hist. Educ. [Online] Porto Alegre v. 18 n. 43 Maio/ago. 2014 p. 9-11
Este texto propõe analisar as características e as principais notícias veiculadas no Jornal do Professor, com enfoque na divulgação das ações do Centro de Professorado Primário de Pernambuco (CPPP), no período entre os anos de 1955 e 1962. O exame ocorreu nas matérias publicadas nas 84 páginas dos exemplares do periódico, localizado no Arquivo Público Estadual de Pernambuco, em Recife (PE). A delimitação temporal compreende o primeiro ano de circulação do Jornal do Professor até o último disponível neste arquivo. Trata-se de pesquisa histórico-documental, que se insere na perspectiva da História Cultural e da História e Historiografia da Educação. O conjunto de matérias do Jornal do Professor evidencia as fragilidades das políticas educacionais destinadas ao magistério pernambucano, entre elas, a diferença nos vencimentos conforme a delimitação espacial. Além disso, os professores e professoras que viviam na zona rural sofriam com a desvalorização, o que gerou uma situação de descrédito do magistério, e a condição de povo esquecido em matéria de educação, justamente em um momento de expansão da educação e do ensino elementar no Brasil.
Este texto analisa a origem do Centro de Educação Rural Clementino Coelho, no Município de Petrolina, Estado de Pernambuco, no período entre 1977 e 1984, no contexto do Sistema Integrado de Educação Rural concebido pelo Instituto Interamerciano de Cooperação Agrícola. A delimitação temporal compreende a data de início do funcionamento da escola e da alteração curricular que retirou o ensino das técnicas agrícolas nas turmas de 1º grau. Quanto aos aspectos teórico-metodológicos, a pesquisa é de cunho histórico e documental. Entre as fontes selecionadas para o estudo, destaca-se um conjunto de documentos, entre os quais: planta arquitetônica, cadernos de professores, livro de cadastro das unidades escolares de Pernambuco, periódicos da Secretaria da Educação e relatórios do Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA). Além das fontes mencionadas, a pesquisa se valeu da metodologia da História Oral, por meio de entrevistas gravadas, uma vez que a história oral recupera e dá vida ao que não está exposto no documento escrito. Foram selecionados uma ex-professora e três ex-estudantes, utilizando como critérios o tempo de atuação na instituição, bem como o período de estudo, no caso dos ex-estudantes. A análise dos documentos, entrecruzada com as fontes orais, permitiu observar a abrangência do Sistema Integrado de Educação Rural (SIER) no estado pernambucano e evidenciou a baixa adesão do CERU Clementino Coelho aos eixos norteadores do programa. Por fim, o estudo aponta para a necessidade de investigações mais aprofundadas sobre o papel desempenhado pelo SIER na criação dos Centros de Educação Rural no Estado de Pernambuco.
Resumo: Neste artigo problematiza-se a configuração da escola primária rural no Estado de São Paulo, no período de 1889 a 1947. Partindo do exame dos princípios de classificação adotados pelos órgãos da administração do ensino -nível de formação de professores, duração do curso primário, abrangência dos programas de ensino, localização das escolas e propostas pedagógicas -, discute-se no estudo sobre a produção da diferença entre a escola primária urbana e rural e a definição de propostas pedagógicas específicas que consolidaram uma identidade para as escolas rurais, muito além da localização espacial. Palavras
Este artigo propõe analisar o perfil, a frequência e o rendimento escolar dos alunos e alunas que frequentaram a Escola Mínima do povoado de Dormentes, situada na zona rural do município de Petrolina, no sertão de Pernambuco, no período entre os anos 1976 e 1979. Tomaram-se como base 14 diários de classe, por meio dos quais buscou identificar aspectos relativos ao sexo, à idade, ao endereço domiciliar, à procedência escolar, à frequência, ao rendimento escolar e às disciplinas ministradas. Foram contabilizados 524 estudantes matriculados. O referencial teórico contemplou os estudos de Gil (2014; 2018), Furtado (2011), Ávila; Silva; Rocha (2018), Souza (2013), Lima e Júnior (2016), Florestan Fernandes (1972), Julia (2001), Mogarro (2006), Luchese (2014), Le Goff (1996), Sácristan (2000), Menegolo e Cardoso (2007). Entre os resultados, destacam-se os elevados índices de reprovação e de desistência entre os meninos, e que podem estar relacionados à baixa frequência escolar, em decorrência do auxílio que prestavam aos pais no período de colheitas. As meninas, por sua vez, apresentavam maior frequência e rendimento escolar. Com relação às práticas pedagógicas das professoras, os registros escolares serviam, muitas vezes, para cumprir com às exigências dos órgãos controladores da educação e nem sempre correspondiam a prática vivida em sala de aula.
A entrevista foi realizada em 22 de outubro de 2019, com o professor Joaquim Pintassilgo, em seu gabinete no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. Uma inspiradora reflexão sobre a sua vida profissional, a inovação pedagógica entre outros importantes temas dos quais se têm ocupado, em uma linda tarde de outono.
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