As décadas de 1950 e 1960 foram marcadas por campanhas e programas para a educação de base e cultura popular. Algumas dessas experiências emergiram da Igreja Católica, a título de exemplo, o Movimento de Educação de Base (MEB) que foi criado oficialmente pelo Decreto nº 50.370, de 21 de março de 1961, a partir de convênio entre o episcopado brasileiro, representado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) junto ao Ministério de Educação. As ações do MEB foram projetadas para atender as demandas sociais e educacionais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, por meio de um ensino via escolas radiofônicas que, por sua vez, foram organizadas por 11 sistemas de emissoras espalhadas pelos Estados. Com isso, esse ensino transmitido pelas ondas do rádio tinha como objetivo não somente a alfabetização, mas uma educação que promovesse a “elevação cívica, moral, econômica e espiritual”, bem como vislumbrava a formação de uma cultura popular. O artigo em questão trata das experiências escolares e culturais vivenciadas pelas comunidades rurais que foram contempladas pelo MEB em Pernambuco, entre os anos de 1961 a 1966, e a importância das tecnologias pedagógicas – a carta, cartilhas e o rádio – na estimulação de uma comunidade letrada e na construção da identidade do homem rural. O recorte temporal diz respeito ao período de funcionamento do MEB no estado pernambucano. Para tecer esta narrativa histórica abordando suas experiências escolares e construção de identidades, analisamos fontes oficiais do Movimento, cartilha, cartas, fotografias dentre outras, valendo do aporte teórico-metodológico de autores da História Cultural. Por fim, compreendemos que a comunicação pelas cartas e rádio, dentre várias funções, serviu como meio de denúncia dos descasos do meio rural, em especial da ausência de escolas públicas. Ademais, os materiais produzidos pelo MEB e seus integrantes proporcionou processos de incitação da identidade do homem rural, por meio da conscientização acerca da realidade que estavam inseridos. Palavras-chave: MEB-Pernambuco. Alfabetização. Educação popular. Identidades.
Este texto apresenta resultados de pesquisa sobre a história do ensino secundário no estado de Pernambuco, no período de 1948 a 1963, considerando a atuação dos atores políticos e sociais envolvidos na expansão dos ginásios públicos. Com base em diversificadas fontes documentais como relatórios de governo, legislação educacional, anais da Assembleia Legislativa, dados estatísticos, projetos de lei e artigos veiculados na imprensa, o texto trata em primeiro lugar das iniciativas levadas a termo nos anos 40 do século XX para a ampliação do secundário público no estado. Na sequência, analisa o processo de interiorização dos ginásios públicos destacando a ação dos municípios, dos deputados e governadores. A lenta e tardia expansão do secundário público no estado de Pernambuco põe em evidencia aspectos da produção das desigualdades regionais no campo da educação e os limites da política estatal para a educação média.
RESUMONeste texto, apresentam-se resultados da pesquisa investigativa que analisou vestígios da cultura escolar presentes na documentação do primeiro ginásio do município de Petrolina, no Sertão do São Francisco, no período entre 1962 e 1971. A pesquisa se apoiou nos textos legislativos, bem como nas fichas individuais e antropométricas, por meio dos quais buscou identificar as práticas culturais e o perfil socioeconômico e educacional dos(as) alunos(as). A delimitação temporal compreende o ano de fundação do ginásio e a mudança de nomenclatura advinda com a Lei n. 5.692/71. Com relação ao referencial teórico, privilegiou-se o diálogo entre autores (as) do campo da História e da Historiografia da Educação, mais especificamente aqueles relacionada à História Cultural. Os dados iniciais permitiram identificar o papel do antigo ginásio na difusão da cultura, das atividades esportivas e da fé nos diferentes espaços da cidade. Por fim, o trabalho aponta para um conjunto de possibilidades para investigações futuras.Palavras-chave: Petrolina. Ginásio Industrial. Cultura escolar. FROM THE PETROLINA INDUSTRIAL GYMNASIUM TO THE MARECHAL ANTÔNIO ALVES FILHO SCHOOL: TRACES OF SCHOOL CULTURE (1962-1971) ABSTRACTIn this text, we present results of the research that analyzed vestiges of the school culture present in the documentation of the first gymnasium of the municipality of Petrolina, in the Sertão do São Francisco, between 1962 and 1971. The research was based on the legislative texts, as well as on the individual and anthropometric charts, through which it sought to identify the cultural practices and the socioeconomic and educational profile of the students. The temporal delimitation includes the year of foundation of the gymnasium and the change of nomenclature with Law n. 5,692 / 71. Regarding the theoretical reference, the dialogue between authors of the field of History and the Historiography of Education, especially those related to Cultural History, was favored. The initial data allowed to identify the role of the old gymnasium in the diffusion of culture, sports activities and faith in the different spaces of the city. Finally, the paper points to a set of possibilities for future research.
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