Geralmente os neiiropsiquiatras são procurados, em consultório, por pacientes que têm tudo a lucrar com uma convivência assídua e prolongada com o especialista. Este terá, então, oportunidade de estudar, em superfície e em profundidade, a personalidade total do paciente, antes de instituir uma terapêutica pluridirecional e ajustar, a cada caso particular, urna diretriz psicoterápica, ou mesmo, em certos casos, indicar a psicanálise. Na prática, no entanto, não ultrapassa talvez de 10% o número de consulentes que tenham oportunidade, por vários motivos (dificuldade de locomoção, perda de horas de serviço, falta de tempo do especialista, questões de ordem financeira, incompreensão por parte dos clientes das vantagens dessa convivência) de estar em contacto mais ou menos prolongado com o profissional. Calculamos que cerca de 50% dos consulentes dos neuropsiquiatras são vistos pelo especialista apenas uma primeira e única vez. Ora, sabendo-se o valor inconteste do complemento psicoterápico em toda orientação terapêutica em nossa especialidade, e partindo do são princípio de que o cliente deve tirar o máximo resultado dessa primeira consulta, devemos aproveitar, quando possível, o quarto de hora que dedicarmos a essa psicorapia.Um dos erros mais freqüentes e de conseqüências deploráveis, cometidos pelos familiares do paciente, pelos seus amigos e não raro confirmados pelo médico da família e que deve ser desfeito energicamente pelo neuropsiquiatra, é o cometido quando se quer provar ao neurótico que sua cura está exclusivamente em suas mãos, que não tem nada, que só lhe falta "reagir" para ficar completamente bom. Devemos lembrar, a este respeito, que o paciente adulto, homem ou mulher, antes de confessar abertamente sua sintomatologia neurótica, por exemplo, que tem receio de sair à rua
Falar sobre a evolução das idéias que precederam os trabalhos de Kraepelin, dos quais resultou o conceito das parafrenias, separadas após íongas hesitações da demência prococe, é recordar, em largos traços, quase toda a história da psiquiatria, finalidade que não visamos. Apenas queremos frisar, para mais fácil compreensão do que iremos expor, que não raros os especialistas que ainda hoje empregam indiferentemente as denominações parafrenias e delírio alucinatório crônico.Julgarmos que, atualmente, os conceitos clínicos de delírio alucinatória crônico segundo Gilbert-Ballet, e parafrenias, de Kraepelin, não são perfeitamerte superponíveis.A classificação dos distúrbios psíquicos tentada por Pineimania, melancolia, demência, idiotismo -denunciava já preocupação de separar os estados agudos dos crônicos. Esqui rol não tardou em dividir essa noção de melancolia em duas partes: a primeira constituiria a melancolia propriamente dita ou lipemania, e a segunda seria o material com que se iria edificar o célebre conceito das monomanias que, não sendo aceito integralmente pela maior parte dos alienistas franceses que sucederam a Esquirol, levantou uma onda de protestos fecunda em suas conseqüências. Logo se desenhou uma reação no sentido de separar, dessas monomanias, um grupo de delírios crônicos adstritos a perturbações gerais evolutivas do psiquismo. Esse seria o sentido do memorável trabalho de Lasègue -Do Delírio de Persee o de Morei sobre certos delirantes hereditários que se apresentavam como perseguidos raciocinantes, análogos aos querelantes, da escola alemã. Finalmente, Magnan lançou derradeiro protesto sobre o perigo da extensão demasiada da noção das monomanias, com a noção de delírio crônico de evolução sistemática, em oposição aos delírios sistematizados dos degenerados. Gilbert-Ballet, ao criticar essa concepção de Magnan, criou o conceito de delírio alucinatório crônico, englobado no capítulo geral das psicoses alucinatórias crônicas.
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