Falar sobre a evolução das idéias que precederam os trabalhos de Kraepelin, dos quais resultou o conceito das parafrenias, separadas após íongas hesitações da demência prococe, é recordar, em largos traços, quase toda a história da psiquiatria, finalidade que não visamos. Apenas queremos frisar, para mais fácil compreensão do que iremos expor, que não raros os especialistas que ainda hoje empregam indiferentemente as denominações parafrenias e delírio alucinatório crônico.Julgarmos que, atualmente, os conceitos clínicos de delírio alucinatória crônico segundo Gilbert-Ballet, e parafrenias, de Kraepelin, não são perfeitamerte superponíveis.A classificação dos distúrbios psíquicos tentada por Pineimania, melancolia, demência, idiotismo -denunciava já preocupação de separar os estados agudos dos crônicos. Esqui rol não tardou em dividir essa noção de melancolia em duas partes: a primeira constituiria a melancolia propriamente dita ou lipemania, e a segunda seria o material com que se iria edificar o célebre conceito das monomanias que, não sendo aceito integralmente pela maior parte dos alienistas franceses que sucederam a Esquirol, levantou uma onda de protestos fecunda em suas conseqüências. Logo se desenhou uma reação no sentido de separar, dessas monomanias, um grupo de delírios crônicos adstritos a perturbações gerais evolutivas do psiquismo. Esse seria o sentido do memorável trabalho de Lasègue -Do Delírio de Persee o de Morei sobre certos delirantes hereditários que se apresentavam como perseguidos raciocinantes, análogos aos querelantes, da escola alemã. Finalmente, Magnan lançou derradeiro protesto sobre o perigo da extensão demasiada da noção das monomanias, com a noção de delírio crônico de evolução sistemática, em oposição aos delírios sistematizados dos degenerados. Gilbert-Ballet, ao criticar essa concepção de Magnan, criou o conceito de delírio alucinatório crônico, englobado no capítulo geral das psicoses alucinatórias crônicas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.